Grupo usa ‘cabeça’ de Bolsonaro em pelada e é ameaçado de morte
No protesto, coletivo afirma que Bolsonaro busca restabelecer políticas típicas da ditadura
O coletivo americano de arte de rua Indecline causou polêmica mais uma vez nas redes sociais. Em um vídeo publicado no Instagram nesta quarta-feira, 23, o grupo mostra uma partida de futebol em que a bola é a ‘cabeça’ do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O protesto faz parte do projeto “Fredom Kick” ( “Liberdade de Chute”, em português), que já tiveram como alvo os presidentes Donald Trup (EUA) e Vladimir Putin (Rússia).
“A América Latina tem uma história de ditadores. Em particular, a Quinta República Brasileira era conhecida por matar dissidentes. E Jair Bolsonaro é conhecido por seus discursos masturbatórios que esboçam seus sonhos molhados de restabelecer essa política. Ele se ofende com a homossexualidade, feminismo e socialismo, mas fica muito duro com cada fantasia de violência contra seus oponentes políticos. Mas esses oponentes não são tão rígidos e trazem alegria e movimento à sua resistência, que fez de brasileiros como Pelé um ícone em todo o mundo”, diz a legenda que acompanha o vídeo.
- Lista de gastos no cartão corporativo de Bolsonaro é divulgada; veja
- Mulher tenta defender idosa e é agredida por bolsonarista em SP
- Fátima Bernardes critica ataques de bolsonaristas em Brasília
- Gilberto Gil é hostilizado por bolsonaristas na Copa do Catar
https://www.instagram.com/p/CFZ3HDmgbH8/
Em um dos trechos do vídeo, a ‘cabeça do presidente’ aparece sendo mordida por um cachorro.
“Embora aqueles que têm o poder gostem de tratar política como uma brincadeira, para muitos, há muita coisa em jogo. Futebol sempre foi um esforço coletivo, algo que envolve comunidade e organização, enquanto a ditadura é mais individual. É como dizem, só há uma bola. Essa é uma metáfora perfeita para os nossos chefes de Estado; e o nosso trabalho é chutá-los até encontrarmos uma maneira de transformar nossos esforços individuais numa vitória coletiva”, diz ainda a publicação.
https://www.instagram.com/p/CFHwydrABYW/
Em uma referência clara à Ditatura, defendida por bolsonaristas e pelo próprio presidente, o coletivo Indecline diz: “No futebol, um tiro livre é uma chance de interromper o jogo por um momento e corrigir uma falta. Na democracia, a liberdade de expressão é a força esclarecedora que impede os tiranos de escaparem impunes do assassinato. Como a maioria dos músculos, deve ser exercitado ou murchará. Os déspotas usam o medo para manter suas populações sob controle. Os ativistas usam alegria e humor para mantê-los engajados. É um jogo antigo e o placar continua mudando, mas todos nós continuamos jogando.”
Segundo a Folha, após a publicação do vídeo, integrantes do grupo passaram a receber ameaças de morte. Formado em 2001, o coletivo Indecline reúne fotógrafos, grafiteiros e ativistas.
As ações do grupo têm como objetivo chocar para chamar atenção. Em uma delas, o Indecline colocou um boneco de Trump como presidiário.