Guedes diz que dólar baixo fazia até doméstica ir para Disney: ‘Peraí’
"Empregada doméstica indo pra Disneylândia. Uma festa danada. Peraí", disse o ministro de Bolsonaro
O ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Paulo Guedes, defendeu nesta quarta-feira, 12, a alta do dólar, porque quando a moeda norte-americana estava em baixa no Brasil, tinha “empregada doméstica indo pra Disneylândia. Uma festa danada. Peraí”, afirmou o bolsonarista.
Guedes afirmou, em Brasília, durante um evento, que “não tem negócio de câmbio a R$ 1,80”, que isso desincentiva, até mesmo, o turismo dentro do Brasil. “Todo mundo indo pra Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia. Uma festa danada. Peraí. Vai passear ali em Foz de Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, cheio de praia bonita. Vai pra Cachoeiro de Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que tá cheio de coisa bonita pra ver”, disse o ministro.
Depois de sentir o mau estar que gerou com a fala sobre as viagens que as domésticas fazem, Gudes tentou minimizar o estrago, dizendo que o dólar baixo permite odo mundo ir para a Disney, até as classes mais baixas. “Todo mundo tem que ir para Disneylândia conhecer Walt Disney. Mas não ir três, quatro vezes ao ano, até porque o dólar a R$ 1,80, tinha gente indo quatro vezes ao ano. Vai aqui para Foz do Iguaçu, Chapada da Diamantina, conhece um pouco do Brasil, conhece a selva amazônica e, da quarta vez, conhece a Disneylândia. Então, é só isso que digo. Mudamos o mix”, tentou corrigir.
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O discurso de Guedes recebeu críticas. “Até hoje, essa foi a fala que me deixou com maior asco, mas talvez a mais importante pronunciada por este desastroso e cruel ministro. Porque mostra com toda clareza que o rico no Brasil vê o pobre como outra raça, com outros direitos. O tal do ‘rico bonzinho’ é o que acha que pobre pode ter uma casa própria, desde de que seja lá na periferia e de um quarto. Pode ter um carro novo, se for 1.0. Pode estudar, se for em faculdade de R$ 199 de mensalidade com ensino medíocre. Ou seja, o que ele diz ser a solução para o pobre é o inferno para o filho dele”, afirmou o economista e engenheiro Eduardo Moreira
A fala preconceituosa do bolsonarista vem em seguida da polêmica que ele criou ao dizer que servidores públicos são ‘parasitas’ do Estado e não trabalhadores.