Hamburgueria de SP faz piada com violência contra mulher e polemiza
Representante da Underdog disse que não deve pedir desculpas
A hamburgueria Underdog, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP), está sendo acusado de fazer apologia à violência contra mulher após fazer postagens de uma funcionária do estabelecimento sendo maltratada pelo chef e, logo em seguida, com o olho roxo.
A polêmica começou depois que a casa de carnes fez dois posts: No primeiro, o dono do restaurante simula uma agressão a uma funcionária que teria errado no preparo do pedido. No segundo, ela aparece com o olho roxo colocando sal no hambúrguer. “Pouco sal”, gritou o chef.
Embora tenha recebido diversos elogios dos admiradores do estabelecimento por conta da ‘piada’ – de mau gosto – a maioria dos seguidores fez críticas. “Isso é crime”, disse uma mulher. “Parabéns, você sabe de legislação”, respondeu a página.
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Ao “Universa”, do Uol, o dono do Underdog, Santi Roig, justificou que o vídeo foi feito em tom de deboche e que a intenção era mostrar que é comum chefs de cozinha serem rígidos com seus funcionários. “Era uma sátira que representava esse comportamento de um monte de chef, que trata bem o cliente e mal o funcionário”, disse.
Roig esclareceu ainda que o vídeo foi gravado com a única mulher churrasqueira do bar por coincidência. “Calhou de ser ela, mas poderia ter sido um homem, não era esse o foco. Sei que é diferente por ser uma mulher, mas isso já é interpretação de cada um”, completou.
Ele ainda disse que não pedirá desculpas e que o vídeo não pode ser considerado um crime: “Se isso virar crime, vão ter que criminalizar todos os tipos de humor, inclusive as novelas que mostram o marido batendo na mulher e pessoas usando drogas. Onde a lei diz que você não pode fazer nenhuma sátira ou brincadeira com temas reais e complexos?”.
Neste domingo, 14, Roig compartilhou uma série de vídeos no Instagram do Underdog com a legenda “direito de resposta”. Confira abaixo:
Em tempo…
No artigo 287 do Código Penal, “a apologia ao crime afronta a lei Maria da Penha, que busca coibir a agressão física e verbal contra a mulher. Além disso, afronta a lei do feminicídio”, segundo o advogado Angelo Carbone. O profissional ressaltou ainda que o autor dos vídeos pode ser processado e condenado a até seis anos de prisão.