Homem agride ex dentro de carro e é preso ao passar por delegacia

Crime teria sido motivado por ciúmes. Homem foi preso em flagrante

05/01/2021 22:28

Um homem de 62 anos foi preso em flagrante na tarde de segunda-feira, 4, no centro do Rio, acusado de agredir e ameaçar a ex-mulher.

Pedro José Freitas atacou a ex-companheira com socos com o carro em movimento próximo à praça Tiradentes. Com informações da Rádio Tupi.

Homem agride ex dentro de carro e é preso ao passar por delegacia
Homem agride ex dentro de carro e é preso ao passar por delegacia - Reprodução/TV Globo

Quando a mulher tentou deixar o automóvel, Pedro arrancou e, com a porta do carona aberta e em movimento, seguiu com a violência.

Policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) foram alertados por pedestres e interceptaram o veículo.

Na delegacia, a vítima relatou que foi agredida pelo ex-marido com vários socos no rosto e que, ao tentar sair do veículo, ele acelerou o carro. Toda ação foi capturada por câmeras da região. O crime teria sido motivado por ciúmes.

A delegada Débora Rodrigues contou que a vítima era agredida constantemente pelo ex-marido e que o agressor ameaçava divulgar vídeos íntimos do casal, caso ela denunciasse as agressões. “Ela sempre teve medo que esses vídeos fossem divulgados. Esse material foi feito na constância do casamento deles, em um momento de intimidade”.

Pedro José Freitas teve o celular apreendido. Ele vai responder por cárcere privado, injúria, calúnia e lesão corporal.

Briga de marido e mulher se mete a colher, sim!

Segundo o ditado popular, brigas entre casais devem ser ignoradas por terceiros. Mas vale lembrar que muitos dos casos de violência doméstica não são denunciados pela vítima por inúmeros motivos. Medo ou falta de informação inclusos. Então, meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa desses casos.

Outra situação comum é achar que a denúncia “não vai dar em nada” contra o agressor, uma vez que nem sempre as circunstâncias e as leis permitem que ele seja detido ou punido no momento da denúncia.

Mas não se engane! A presença da polícia no local, por exemplo, pode inibir ações mais violentas naquele momento ou até no futuro.

Mas como denunciar violência doméstica?

Os casos de violência doméstica que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas.

É ou conhece alguém que sofre qualquer tipo de violência? Saiba onde e como denunciar:

  • Disque 180

O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.

Os casos de violência doméstica que desembocam no Poder Judiciário têm início em diferentes canais do chamado Sistema de Justiça, como delegacias de polícia, disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas
Os casos de violência doméstica que desembocam no Poder Judiciário têm início em diferentes canais do chamado Sistema de Justiça, como delegacias de polícia, disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas - CNJ
  • Disque 100

O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.

  • Polícia Militar (190)

A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade.

Atenção ao protocolo policial! O atendimento presencial de um chamado depende de muitos fatores, como a disponibilidade de uma viatura no momento e uma avaliação da gravidade da situação. A ameaça à vida e à integridade física de alguém são sempre prioridade em relação a outros chamados, por isso, é importante explicar exatamente o que está ocorrendo quando solicitar o atendimento ao 190. Fale se já ouviu outras discussões antes e ligue mais vezes caso a viatura demore a aparecer. Saiba mais aqui.