Homem mata companheira e fere familiares em SP

Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, os casos de feminicídios aumentam 42% em novembro em relação a outubro de 2020

03/01/2021 19:41

Na noite do último sábado, 2, um homem atirou na cabeça da companheira, uma mulher de 26 anos, além de ferir a sogra, de 50, o cunhado, de 27, e o sogro, de 47, este último com um tiro na boca. O crime, registrado como feminicídio, aconteceu na zona sul de São Paulo.

Homem mata companheira e fere familiares em SP
Homem mata companheira e fere familiares em SP - iweta0077/ iStock

O relacionamento da vítima com o suspeito durou por aproximadamente três anos. Eles tiveram uma discussão durante esta virada de ano e ela foi para a casa dos pais.

O homem insistiu em conversar e a mulher concordou, desde que acompanhada da família. O grupo foi ao encontro, mas ele não estava. Quando estavam de saída da residência foram surpreendidos pelos tiros.

Depois dos disparos, ele conseguiu fugir. A vítima deixa um filho de 8 anos.

Feminicídio

O feminicídio é o homicídio praticado contra a mulher em decorrência do fato de ela ser mulher ou em decorrência de violência doméstica.

Quando o assassinato de uma mulher é decorrente, por exemplo, de latrocínio (roubo seguido de morte) ou de uma briga entre desconhecidos ou é praticado por outra mulher, não há a configuração de feminicídio.

A Lei

A lei 13.104/15, mais conhecida como Lei do Feminicídio, alterou o Código Penal brasileiro, incluindo como qualificador do crime de homicídio o feminicídio.

Também houve alteração na lei que abriga os crimes hediondos (lei nº 8.072/90). Essa mudança resultou na necessidade de se formar um Tribunal do Júri, ou o conhecido júri popular, para julgar os réus de feminicídio.

Alguns setores da sociedade questionam o objetivo de haver distinção entre o feminicídio e os homicídios comuns, mas vale ressaltar que o objetivo dessa diferenciação possui como foco o fato de que vivemos numa sociedade machista.

A Lei do Feminicídio se faz necessária pois, ainda hoje, mulheres são muitas vezes submetidas a relacionamentos abusivos, à violência doméstica e a tratamentos degradantes e desumanos, pelo fato de serem mulheres
A Lei do Feminicídio se faz necessária pois, ainda hoje, mulheres são muitas vezes submetidas a relacionamentos abusivos, à violência doméstica e a tratamentos degradantes e desumanos, pelo fato de serem mulheres - iStock/@photodeti

Ainda hoje, mulheres são muitas vezes submetidas a relacionamentos abusivos, à violência doméstica e a tratamentos degradantes e desumanos, pelo fato de serem mulheres.

Por isso, a violência e os homicídios decorrentes dessas características são corriqueiros.