Homem negro sofre abordagem truculenta de policiais em SC

“É racismo, sim. Os brancos aqui em Criciúma são privilegiados", disse o primo da vítima

Um homem negro, de 26 anos, foi vítima de ação truculenta de dois policiais militares em Criciúma, Santa Catarina. Um deles aplicou o golpe conhecido como “mata-leão” para imobilizar. O caso aconteceu nesta última quinta-feira, 15.

Homem negro sofre abordagem truculenta de policiais em SC
Créditos: Reprodução/Twitter
Homem negro sofre abordagem truculenta de policiais em SC

Ele estava sentado em um banco de uma rua, em frente às lojas localizadas no Centro da cidade, quando aconteceu a abordagem, filmada por uma pessoa que passava pelo local.

A autora do vídeo questionou diversas vezes aos PMs do que o homem estava sendo acusado. No entanto, não teve resposta. A mulher prosseguiu gravando e solicitou para que os agentes não machucassem a vítima, que estava deitada no chão, enquanto o PM aplicava o “mata-leão”. “Antes de filmar, tu tem que saber porque que ele tá sendo abordado”, falou o PM.

De acordo com um primo da vítima, que testemunhou o ocorrido e deu entrevista exclusiva ao Diário Catarinense, reproduzida pelo site NSC Toral, o homem não teria obedecido a ordem dos policiais de por a mão na cabeça.

Ainda segundo depoimento do primo, mulheres de uma loja teriam chamado a polícia e relatado que o homem teria furtado algum produto do estabelecimento. “Ele estava em um dia normal, sentado por aqui com uma roupa um pouco inferior e foi abordado. Não agrediu os policiais com palavras, nem fisicamente. Apenas não seguiu a ordem de colocar a mão na cabeça. Aí eles partiram para a agressão”, falou o primo.

A família vê a situação como uma manifestação clara de preconceito e deve denunciar o caso como racismo à Polícia Civil.

“É racismo, sim. Os brancos aqui em Criciúma são privilegiados. Eu, por exemplo, entro em lojas e os vendedores me atendem mal, às vezes estou lá só para dar uma olhada e quando vejo já tem duas pessoas atrás de mim, cuidando o que estou fazendo. Eu entendo o trabalho deles, que precisaram averiguar a situação, mas a forma como meu primo foi abordado foi agressiva e excessiva, não precisava”, disse o primo da vítima.