Homem tortura a mulher por ciúme e a faz comer pedaços de vidro
“Você está me traindo. Quero o nome do amante” teria dito o agressor
Um homem torturou e agrediu a mulher com quem mantinha um relacionamento há 10 anos e ainda a obrigou comer pedaços de vidro por ciúme. O caso aconteceu em Montes Claros, no Norte de Minas, no último final de semana. As informações são do jornal ‘O Estado de Minas’.
A mulher, de 37 anos, prestou depoimento à Polícia Civil na tarde desta segunda-feira, 23.
No boletim de ocorrência, a mulher conta que o homem foi buscá-la no trabalho, por volta do meio-dia de sábado e ele iniciou as agressões dentro do carro. “Você está me traindo. Quero o nome do amante” teria dito o agressor.
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
A mulher disse aos policiais que foi agredida com tapas, murros e puxões de cabelo e ainda teve seu rosto arremessado contra o painel do carro.
Segundo a mulher, o homem a levou para Cabeceiras, a cinco quilômetros da área urbana de Montes Claros e parou o carro num matagal, onde ela foi torturada por cerca de uma hora.
De acordo com a delegada Karine Maia Costa, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Montes Claros, a vítima informou que o companheiro cortou o corpo dela com um pedaço de osso de animal e com um pedaço de cerâmica que seria de vaso sanitário.
Ainda segundo a delegada Costa, a mulher contou que em seguida o homem também a obrigou a “mastigar” cacos de vidro, para que a mulher confessasse a traição, que ela sustenta nunca ter ocorrido.
Depois, o homem e a vítima voltaram para a área urbana de Montes Claros e no trajeto a sessão de tortura continuou, segundo a mulher.
A delegada Costa informou que, no depoimento, a vítima informou que no retorno para a área urbana de Montes Claros, como estava muito machucada e sentindo mal, pediu ao homem violento para que parasse o veiculo em frente ao Hospital Aroldo Tourinho, pois eles passavam próximo ao local.
De acordo com a mulher, o homem parou o carro em frente ao hospital e passou a “planejar” qual seria a desculpa para justificar os diversos ferimentos da mulher e esconder sua autoria, mas ele mudou de ideia e saiu com o carro, um HB 20 Sedan. Nesse momento, a mulher conseguiu saltar do veículo em movimento e entrou no hospital gritando por socorro.
A mulher foi socorrida no hospital, e a Policia Militar foi acionada. As autoridades localizaram o homem na casa da mãe dele, e ao ser declarada sua prisão, ele resistiu. O agressor foi dominado, algemado e conduzido para a delegacia pelos policiais.
O homem está preso no 10º Batalhão da Polícia Militar de Montes Claros. Sua identidade não foi revelada, assim como a vítima, mas segundou informações da polícia, ele é um policial militar reformado e responde a processo administrativo demissionário (de expulsão) da PM, cujo motivo oficial não foi divulgado.
A delegada Karine Maia Costa informou que o casal está junto há mais de 10 anos e tem dois filhos. O homem já tinha um histórico de agressões à mulher que registrou um boletim de ocorrência e um pedido de medida protetiva contra ele em 2012.
Ainda de acordo com a delegada, a mulher registrou outros dois boletins de ocorrência contra o homem, mas não havia se separado. Segundo Costa, o policial militar reformado chegou a ser interditado por problemas psiquiátricos, tendo a mulher agredida como “ curadora dele”, mas ainda não se sabe que tipo de problema ele sofre.
Briga de marido e mulher se mete a colher, sim!
Segundo o ditado popular, brigas entre casais devem ser ignoradas por terceiros. Mas vale lembrar que muitos dos casos de violência doméstica não são denunciados pela vítima por inúmeros motivos. Medo ou falta de informação inclusos. Então, meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa desses casos.
Outra situação comum é achar que a denúncia “não vai dar em nada” contra o agressor, uma vez que nem sempre as circunstâncias e as leis permitem que ele seja detido ou punido no momento da denúncia.
Mas não se engane! A presença da polícia no local, por exemplo, pode inibir ações mais violentas naquele momento ou até no futuro.
Mas como denunciar violência doméstica? Os casos de violência doméstica que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas. Saiba mais, clicando aqui.