Homens agridem mulher trans, filmam e divulgam o vídeo
Os próprios agressores filmaram a ação de violência
Em mais uma cena de crueldade e desrespeito, dois homens agridem e zombam de uma mulher trans nas ruas de Uberlândia. Enquanto um filma a ação de dentro de um carro, outro desce do veículo, chuta a vitima, fazendo com que ela caia no chão, e corre. O episódio de violência ocorreu na madrugada da última quinta-feira, 21.
A vítima, Luara Silva, de 37 anos, fica caída no chão enquanto os homens fogem do local rindo da agressão.
A Polícia Civil abriu inquérito de lesão corporal e apura as imagens para a identificação dos suspeitos.
O vídeo foi divulgado pelo portal “O Tempo”. Veja:
“Eu estava fazendo um serviço de campo com distribuição de preservativo e gel lubrificante, ai parou esse carro desceu esse rapaz e meu deu um chute e eu caí no chão”, disse Luara ao portal.
“Ele é tão covarde que na hora que ele chuta, já corre”, completou.
Transfobia é crime!
Apesar de transfobia e homofobia não serem a mesma coisa – um diz respeito à violência contra a identidade de gênero e o outro à orientação sexual – a criminalização da homofobia pelo STF, em junho de 2019, se estende a toda comunidade LGBT e também equipara atos transfóbicos ao crime de racismo. Nesta matéria aqui, explicamos como denunciar esse tipo de crime.
Mulheres trans e Lei Maria da Penha
Outra lei que protege as mulheres trans, em especial, da transfobia é a Lei Maria da Penha. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em maio de 2019, um projeto que inclui mulheres transgêneras e travestis na Lei de proteção à mulher.
A proposta altera um artigo da lei que diz “toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião” não pode sofrer violência, incluindo o termo “identidade de gênero”. A proposta está parada na Câmara e especialistas preveem que caráter mais conservador dos Deputados será um obstáculo.
Entretanto, há casos de transfobia julgados como violência doméstica. Em maio de 2018, uma decisão inédita da Justiça do Distrito Federal indicou que os casos de violência contra mulheres trans podem ser julgados na Vara de Violência Doméstica e Familiar e elas devem ser abarcadas em medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.
A linguagem é simbólica
Não pense que tudo isso que listamos aqui é frescura! Nada disso, a linguagem é simbólica e respeitar essas diferenças é um grande passo para neutralizarmos a transfobia no Brasil.
É legal ressaltar também que não é crime você não saber algo – crime é atacar de forma preconceituosa a comunidade trans.
Tente se lembrar dos termos e do uso dos artigos corretos quando for conversar com uma pessoa transgênero, que tudo ficará bem!
Caso tenha dúvidas, pergunte a pessoa com quem está conversando ou se referindo como ela prefere ser chamada.