Homofobia: barbeiro constrange jovens em shopping de BH

O agressor é o barbeiro Jhon Elder de Jesus, conhecido como Jhonin Du Corte

Dois jovens tornaram-se alvo de homofobia no Minas Shopping, na região Nordeste de Belo Horizonte, na tarde dessa segunda-feira (25). Em imagens postadas nas redes sociais, as vítimas são constrangidas por um barbeiro.

Dois jovens foram alvo de homofobia em um shopping de Belo Horizonte (MG). O na tarde de segunda-feira, 25. O autor do ataque é um barbeiro, que publicou as imagens nas redes sociais. As informações são do site BHAZ.

 Barbeiro grava vídeo homofóbico constrangendo garotos em shopping de BH
Créditos: Reprodução/YouTube
 Barbeiro grava vídeo homofóbico constrangendo garotos em shopping de BH

O caso, que ocorreu no Minas Shopping, na região nordeste da capital mineira, ganhou repercussão após o jornalista Erick Krominski, ex-repórter do “CQC” e ex-apresentador do “Shark Tank Brasil”, denunciar o ataque homofóbico.

O vídeo mostra o barbeiro filmando os dois jovens e dizendo: “continua o que vocês estavam fazendo seus palhacinhos, continua com a putaria que vocês estavam fazendo. Continua na putaria vocês dois. Anda!  Continua essa palhaçada que vocês dois estavam arrumando”, diz Jhon Elder de Jesus, conhecido como Jhonin Du Corte.

Constrangidos com o ataque, os jovens tentam esconder os rostos e fazem sinal negativo com a cabeça. Um outro rapaz que está com Jhonin Du Corte ri da situação.

“Olha o cabelinho dele tropa, esparrado, não tem jeito. Menor, olha aqui, como que é o nome daquela loja lá?”, pergunta apontando para a loja Vivara e quando a vítima responde, o Jhonin ri.

No Twitter, o jornalista Erick Krominsk fiz quem os dois jovens são amigos de uma pessoa próxima a ele. “Eles são amigos de uma conhecida minha, que pediu para denunciar. Mas optamos por não expor as vítimas”.

Em outro tuíte, Erick comenta que “o menino chorando no final tirou meu chão”.

Homofobia é crime!

Desde junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo. Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.

Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços
Créditos: Getty Images
Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços

Como denunciar pela internet

Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.

Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.

Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.

Há muitas formas de denunciar homofobia no Brasil
Créditos: iStock/@Massonstock
Há muitas formas de denunciar homofobia no Brasil

Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.

Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.

Delegacias

Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.

As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).