Homofobia: homem que matou cabeleireiro na Paulista é preso

Cozinheiro alega legítima defesa e nega que ataque tenha relação com homofobia

Foi preso na manhã desta quarta-feira, 26, o responsável pela morte do cabeleireiro Plínio Henrique de Almeida, na última sexta-feira, 21, na Avenida Paulista, em São Paulo. Alegando legítima defesa, o cozinheiro Fúvio de Matos, de 32 anos, confessou o crime à Polícia Civil, porém, negou qualquer relação com homofobia.

O criminoso foi identificado pelas câmeras de segurança de ruas próximas e do metrô, que registraram os envolvidos e a fuga do assassino.

Se condenado, Fúvio de Matos pode pegar pena de, no mínimo, 12 anos – reprodução/TV Globo
Se condenado, Fúvio de Matos pode pegar pena de, no mínimo, 12 anos – reprodução/TV Globo

Homofobia

Três amigos da vítima, que testemunharam o ataque, reconheceram Fúvio na delegacia. À polícia, o marido de Plínio e um casal de amigos, relataram que, antes esfaquear o cabeleireiro, o homem ameaçou o grupo ao dizer que “gays têm de morrer”.

Ao delegado Hamilton Costa Benfica, do 78º Distrito Policial, Fúvio alegou legítima defesa e que apenas se defendeu de Plínio e dos outros homens que o acompanhavam. Disse ainda que andava com um amigo pela Avenida Brigadeiro Luis Antônio, quando disse para o grupo andar como homem. O que, segundo ele, motivou a briga.

Em entrevista ao Bom Dia SP nesta quarta-feira, 26, o delegado deu mais detalhes sobre o caso. “Ele [Fúvio] confessa o crime, mas, segundo ele, fala que foi se defender. Ele está dando a versão que foi se defender dos quatro rapazes e desferiu o golpe com o canivete. Ele nega a motivação homofóbica. Segundo ele, subia com um colega de trabalho a Brigadeiro, fez uma brincadeira quando uma pequena chuva começou, e disse ‘anda que nem homem'”.

Segundo a polícia, o cozinheiro ainda contou que não queria confusão e se disse arrependido. Na delegacia, ele também teria dito que não sabia da morte de Plinio.

Apesar disso, a polícia pediu a prisão temporária do investigado à Justiça, que decretou que ele fique detido por 30 dias até o fim das investigações. Fúvio ainda deverá ser indiciado pelos policiais por homicídio qualificado por motivo fútil. Para a investigação, o cozinheiro matou o cabeleireiro após discussão motivada por homofobia. Fúvio pode responder à pena de 12 a 30 anos.