A importância de escutar a criança sem interromper

13/02/2017 13:17

Exercitar a escuta não é uma tarefa das mais fáceis, principalmente quando o tempo é pouco e as tarefas muitas. Requer consciência, paciência, respeito ao outro e interesse genuíno pelas dores do outro. Em resumo: requer empatia, este sentimento tão castigado pela rotina atribulada dos tempos de hoje.

Na criação dos filhos e na relação com as crianças, seja como professor, educador ou mediador de atividades, não seria diferente. Pelo contrário, a escuta das crianças é ingrediente imprescindível de qualquer relação que se queira estabelecer com as crianças. Para esclarecer a importância do assunto, a portuguesa Joana Laranjeiro, especialista em Parentalidade Consciente, publicou um artigo no site Up To Kids, chamado “A importância de saber ouvir nossos filhos sem interromper”.

Para simbolizar o que é a troca de experiências que a escuta representa, Joana faz uma analogia com o jogo ping-pong, e batiza a escuta ativa das crianças como “Ping-pong parental”.

“Só treinando deixamos o hábito de falar em modo Ping Pong, de jogar o tempo todo, para passar a ouvir verdadeiramente o que as crianças têm para nos dizer. Ser ouvido é fundamental para ganhar autoestima, e essencial para o Ping-Pong da vida”.

No texto, ela defende os impactos que a atenção e a responsabilidade afetiva sobre a criança podem ter em sua percepção do mundo e de si mesmas. “Ouvir é um processo bastante ativo e poderoso. Uma ferramenta essencial para qualquer relação e crucial na parentalidade”, defende Joana.

Ouvir com atenção e interesse o que as crianças têm a dizer é valorizar seu aprendizado e autonomia.
Ouvir com atenção e interesse o que as crianças têm a dizer é valorizar seu aprendizado e autonomia.

A especialista destaca algumas dicas de como exercitar a escuta no dia a dia:

– Manter o contato visual, para que ele se sinta visto e reconhecido.

– Procurar estar neutro, sem julgamentos e com uma mente curiosa.

No diálogo aberto, as crianças expressam seus pensamentos e emoções, por isso é importante criar os espaços de silêncio em que as crianças possam se sentir seguras para falar.
No diálogo aberto, as crianças expressam seus pensamentos e emoções, por isso é importante criar os espaços de silêncio em que as crianças possam se sentir seguras para falar.

– Ser paciente e permitir os momentos de silêncio que lhe dão espaço para explorar os seus pensamentos e emoções.

– Ter uma postura corporal receptiva, como inclinar um pouco o corpo para a frente, para ouvir melhor, ou ir fazendo pequenos acenos com a cabeça, incentivando-o a continuar.

– É importante evitar interromper com as suas soluções. Quando faz isso, acaba passando uma mensagem como ‘O que eu tenho para dizer é mais importante’ ou ‘Não tenho tempo para te ouvir’; 

– Tente relaxar e seguir o seu ritmo. Entre, aos poucos, sapatinhos da criança para ver as coisas de outro ponto de vista. Use a empatia e dê constantemente feedbacks para manter forte a conexão com a criança.

*Com informações de Up To Kids

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