Internautas questionam foto de crianças europeias em programa do governo

 A imagem da publicidade do projeto Pró-Brasil já foi utilizada em outras campanhas

O governo federal lançou nesta quarta-feira, 22, o programa Pró-Brasil, com propostas para retomada da economia no pós-pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Mas o que chamou a atenção dos internautas foi a imagem usada na peça publicitária do governo Bolsonaro. Na foto, aparecem cinco crianças brancas, com feições caucasianas, o que não representa a diversidade étnica e cultural brasileira.

Governo usa fotos de criança europeias em lançamento de projeto econômico 
Créditos: Divulgação
Governo usa fotos de criança europeias em lançamento de projeto econômico 

A imagem, que faz parte do acervo site Freepick, já foi usada em outras peças publicitárias.

 A imagem usada na publicidade do Pró-Brasil já foi utilizada em outras campanhas
Créditos: Reprodução
 A imagem usada na publicidade do Pró-Brasil já foi utilizada em outras campanhas

Nas redes sociais internautas questionaram o uso da imagem.  Um deles foi o escritor Eduardo Moreira, autor dos bestsellers “Desigualdade”, “O que os donos do poder não querem que você saiba” e “Encantadores de Vidas”.

“Esta é a capa do programa Pro Brasil anunciado pelo governo. Não é possível que as pessoas achem normal isso. Isso é criminoso, doentio, maldoso. Um governo formado so por homens, ricos e brancos jamais compreenderá uma maioria pobre, negra e feminina”, escreveu.

Para a deputada  federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) , a propaganda do governo Bolsonaro é “típico de governos autoritários”, que exclui a “diversidade de um povo”.

“Onde será que vive Bolsonaro? O Brasil com maioria de mulheres e negros e negras, de indígenas e quilombolas é completamente ignorado na campanha do programa Pró-Brasil. Não é detalhe. É um posicionamento, típico de gov autoritários, contra diversidade de um povo”.

Pró-Brasil

O programa Pró-Brasil prevê investimentos públicos de R$ 30 bilhões até 2022 e a geração de um milhão de empregos nesse período.

Com sete páginas, o arquivo de apresentação feita pelo ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, não traz detalhes das medidas.