João Santana diz que caixa 2 dependia ‘da palavra final’ de Lula

Relator da Lava Jato no STF derrubou sigilo das delações do marqueteiro João Santana e de sua mulher, Mônica Moura

11/05/2017 18:13

O marqueteiro João Santana afirmou nesta quinta-feira (11) em depoimento prestado em delação premiada que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do uso de recursos de caixa dois da empreiteira Odebrecht para o pagamento “por fora” feito às campanhas presidenciais do PT.

Santana diz que no período em que Lula ocupou a presidência, entre 2003 e 2010, o acerto para esses pagamentos dependia “da palavra final do chefe”, em referência ao político petista. Para ele, ficou “claro” que o ex-presidente “sabia de todos os detalhes, de todos os pagamentos por fora recebidos pela Pólis [a empresa de Santana]”.

Ministro Eduardo Fachin retirou o sigilo das delações premiadas de João Santana e Mônica Moura, que trabalham nas campanhas eleitorais de Lula e Dilma
Ministro Eduardo Fachin retirou o sigilo das delações premiadas de João Santana e Mônica Moura, que trabalham nas campanhas eleitorais de Lula e Dilma

O jornal Folha de S. Paulo teve acesso aos documentos que integram a delação do marqueteiro e de sua mulher, Mônica Moura. Em seu acordo de delação, Moura falou que era Lula quem dava a autorização final para os pagamentos da campanha de Dilma Rousseff à presidência em 2010.

Ela também afirmou que o ex-presidente sabia e autorizou pagamentos feitos por fora a Santana na campanha de 2006. Moura ainda relatou que o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, lhe contou que “tinha que falar com Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, que fazia questão de estar a par e que dava a autorização final”.

Ela diz que o pleito custou cerca de R$ 24 milhões para dois turnos e que R$ 13,7 milhões foram repassados de maneira oficial. Leia a reportagem na íntegra aqui.

Veja também: