Jornalista demitido por racismo tem grupo de WhatsApp chamado ‘Senzala’
Fábio Benedetti, dispensado da Rádio 97 FM por ofender jogador do Santos, afirma que cometeu 'ato falho'
Preconceito não é brincadeira. Longe disso. Nem ato falho. Mas Fábio Benedetti, jornalista demitido por racismo contra o atacante Marinho, do Santos, usou esses argumentos para justificar suas declarações.
Em entrevista ao UOL, Benedetti afirmou que tinha um grupo no WhatsApp batizado de “Senzala”. E que tudo não passava de uma brincadeira entre amigos.
“Senzala” também foi termo que o jornalista demitido por racismo usou em sua crítica à atuação de Marinho no jogo do Santos contra a Ponte Preta. Segundo Benedetti, ele utilizou a palavra como um “ato falho”.
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Na ocasião, comentando a partida pela Rádio 97 FM, Fábio Benedetti disse que Marinho deveria ir para a “senzala” por ter sido expulso.
Sobre o grupo do aplicativo, ele explicou: “Eu participava de um grupo de WhatsApp com muitas pessoas, envolvidas no esporte ou não, e com algumas regras”, disse.
“Quem não as cumpria, como forma de reflexão, era mandado para um grupo paralelo que tinha o nome de ‘Senzala’”, complementou.
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O termo se refere ao local em que viviam os negros durante o período escravocrata brasileiro.
Ainda na entrevista ao UOL, o jornalista demitido por racismo ponderou que, “de todo modo, ainda que não tenha havido a intenção de ofender deliberadamente ninguém, especialmente o Marinho, não se justifica, ainda que por um fato de racismo cultural e estrutural, como a utilização de uma palavra indevida que não pode ser aceita nos dias de hoje”.
“Cometi um ato falho, que não representa meus valores, me penitencio por isso e estou aprendendo com isso”, afirmou.