José Serra é denunciado por receber R$ 27 milhões de propina
O MPF também bloqueou R$ 40 milhões em uma conta na Suíça atribuída ao ex-governador paulista
O Ministério Público Federal denunciou nesta sexta-feira, 3, o senador José Serra, 78 anos, (PSDB-SP) por lavagem de dinheiro à época que era governador de São Paulo. A filha do tucano, Verônica Allende Serra, também foi denunciada.
Policiais federais cumpriram nesta manhã oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-governador em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O MPF também bloqueou R$ 40 milhões em uma conta na Suíça atribuída ao ex-governador paulista.
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a construtora Odebrecht pagou a José Serra cerca de R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007, supostamente para usar nas suas campanhas ao governo do estado de São Paulo, e cerca de R$ 23 milhões (atualizados em R$ 191,5 milhões), entre 2009 e 2010, para a liberação de créditos com a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), estatal paulista privatizada no ano passado.
Serra não vai responder a crimes atribuídos a ele até 2010, como corrupção, por exemplo,
Por ter 78 anos, José Serra não vai responder a crimes atribuídos a ele até 2010, como corrupção, por exemplo, e também porque os crimes prescreveram – o tempo de prescrição cai à metade quando a pessoa tem mais de 70 anos.
No entanto, o senador tucano responderá por supostos crimes de lavagem de dinheiro que ocorreram após essa data, e que, segundo o MPF, foram cometidos até 2014.
DE acordo com a denúncia do MPF, sistema de transferência e ocultação do dinheiro ocorreu de 2006 a setembro de 2014 e foi controlada por Verônica Serra.
Delação premiada
A investigação mostra, a partir de documentos obtidos em cooperação com autoridades internacionais, que foram feitos diversos pagamentos usando uma rede de contas offshore.
De acordo com os procuradores, eram feitas várias movimentações financeiras no exterior para dificultar o rastreio dos recursos.
Os contatos entre Serra e a Odebrecht eram, segundo o MPF, feitos por Pedro Augusto Ribeiro Novis, que foi vizinho do senador.
O executivo assinou um acordo de colaboração com a Justiça. “Em razão dessa proximidade, cabia sempre a Pedro, em nome da Odebrecht, receber de José Serra, em encontros realizados tanto em sua residência quanto em seu escritório político, demandas de pagamentos, em troca de “auxílios” diversos à empreiteira, como os relativos a contratos de obras de infraestrutura e a concessões de transporte e saneamento de seu interesse”, denunciam os procuradores.