Juiz libera 26 manifestantes por considerar ilegal prisão da PM

06/09/2016 00:53 / Atualizado em 07/05/2020 04:04

No domingo, dia 4 de setembro, pouco antes do ato contra o presidente Michel Temer na avenida Paulista, em São Paulo, 26 jovens foram presos pela Polícia Militar, sendo 8 deles menores de idade.

Todos ficaram detidos no DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais) e os familiares e até mesmo um advogado foram impedidos de vê-los, ato que descumpre a constituição brasileira, que garante o livre acesso dos defensores.

Segundo o defensor público Marcelo Carneiro Novaes, em entrevista ao Jornalistas Livres, “Em  mais de 30 anos de advocacia, era a primeira vez que via um defensor público ou um advogado não conseguir ingressar num prédio público onde são exercidas as atividades da polícia judiciária”.

ASSISTA AO VÍDEO DA MADRUGADA DE DOMINGO PARA SEGUNDA-FEIRA

Somente quando o ex-senador Eduardo Suplicy, junto com o deputado Paulo Teixeira, chegaram ao DEIC questionando o cárcere privado é que a entrada da família e do advogado foi liberada.

O juiz que julgou o caso considerou a prisão da PM ilegal e mandou liberar os manifestantes. Ainda segundo o advogado Marcelo Feller, que defendia os 26 jovens: “O juiz disse que vivemos tempos difíceis para nossa democracia, triste momento em que as pessoas têm de aguentar caladas e citou o direito à manifestação”.

A Secretaria da Segurança Pública divulgou as seguintes fotos dos materiais apreendidos com os manifestantes pela polícia:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Créditos: Imagens de Divulgação da Secretaria da Segurança Pública

Um estilingue, um cabo de televisão, vinagre (usado para diminuir a irritação causada pelas bombas de efeito moral da PM), um extintor de incêndio, celulares, um chaveiro do Pateta, um gorro, uma câmera GoPro, máscaras de gás, um maço de cigarros, uma caneta esferográfica, um boné, um panfleto de “FORA TEMER” e um kit de primeiros socorros estão entre os materiais apreendidos.

A Polícia Militar alegou que um canivete e uma barra de ferro estavam junto com os materiais dos manifestantes, porém, estes objetos não constam nas fotos apresentadas pela Secretaria da Segurança Pública.

Ontem, na segunda-feira, os manifestantes foram finalmente liberados. Assista o momento em que isso aconteceu: