Justiça retira da família bebê que nasceu em ônibus no Rio
Pais não sabem o paradeiro ou estado de saúde do filho
O bebê Miguel Santos Silva, que nasceu na última segunda-feira, 16, em um ônibus no Rio com a ajuda de uma estudante de enfermagem, foi retirado da família por ordem judicial.
Camila e Wagner, os pais da criança, foram obrigados a entregar o filho na quarta-feira, 18, e não foram informados sobre o paradeiro ou estado de saúde do bebê.
Eles moram na comunidade do Tirol, na zona oeste do Rio, estão desempregados e são pais de outras três crianças – 7, 5 e 2 anos – que não possuem registros de nascimento, não estão matriculadas em escola e não tomaram vacinas.
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Em 2019, o Conselho Tutelar procurou a família para exigir a regularização da família, mas os pais não conseguiram realizar o processo.
Wagner afirma que seus documentos se queimaram em um incêndio.
“Se eu parasse para ir tirar o documento, ia faltar o almoço, a janta. Então eu escolhi o alimento à minha família. Eu vou correr atrás, eu não vou deixar minha família com fome”, explicou ao RJ2.
“Tomaram meu filho, eu não sei onde ele está. Eu não tenho papel, eles não me deram nem xerox do papel de nascido vivo”, disse a mãe. “Eu estou destruída, lembro do meu filho toda hora. Ouço o choro dele.”
O caso do bebê que nasceu no ônibus
A mulher deu à luz dentro do ônibus da linha 862, que faz o trajeto entre Rio das Pedras e o Barra Shopping. Percebendo a passageira em trabalho de parto, o motorista desviou a rota e seguiu para o CER Barra, no Hospital Lourenço Jorge.
No meio da confusão, o pai chegou a desmaiar. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o ônibus parou na frente da unidade e a mãe, a criança e o pai foram atendidos pela equipe de plantão.
O bebê é um menino e o nome escolhido pela família tem um significado muito especial: “Miguel, pois só pode ser um anjo. Miguel porque foi interessante o jeito como nasceu, além de ser interessante porque nem era a rota do piloto, e ele nos deixou na frente do hospital. Agora é só alegria, felicidade e pura inspiração”, disse Wagner Júnior, pai do bebê, na ocasião do nascimento.
Casal não cumpre medidas do Conselho Tutelar há 6 anos
Camila e Wagner admitem que o Conselho Tutelar procurou a família há 3 anos para exigir a regularização dos documentos. Mas ela alega que não teve nenhum acompanhamento do poder público depois disso.
Já a Secretaria Municipal de Assistência Social responde que a família foi notificada e recebeu todas as orientações, inclusive o encaminhamento para comparecer ao cartório e fazer a documentação gratuitamente.