Largado por Moro, Bolsonaro faz discurso nada com nada a la Dilma
Bolsonaro falou de piscina aquecida desligada, do Inmetro, do uso moderado do cartão corporativo, que o filho 04 é garanhão e sobre sogra traficante.
Após o pedido de demissão de Sergio Moro, seu ministro mais popular, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um pronunciamento sem qualquer coerência, completamente nada com nada, no estilo daqueles realizados pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), na tarde desta sexta-feira, 24, em Brasília.
Além dos absurdos ditos sobre Marielle Franco, o papel da Polícia Federal no país, e os ataques ao, agora, ex-ministro Sérgio Moro, Bolsonaro falou por cerca de 40 minutos sem conseguir fazer ganchos entre mais de 10 temas distintos.
Bolsonaro tentou provar seu empenho com o dinheiro público dizendo que mandou “desligar o aquecedor da piscina olímpica do Palácio do Planalto”, depois emendou falando que tem “três cartões corporativos” e que em um deles pode “gastar até 24 mil reais, sem prestar contas” e salientou “nesses mais de um ano de mandato, nunca usei”.
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Bolsonaro ainda usou cerca de 10 minutos do pronunciamento como uma espécia de ‘Casos de Família’ na tentativa de explicar porque quis mudar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro. “Sugerir a troca de dois superintendentes entre 27. O do Rio, a questão do porteiro, a questão do meu filho 04, Renan, que agora tem 20, 21 anos de idade. Quando no clamor da questão do porteiro do caso Adélio, que os dois ex-policiais teriam ido falado comigo, também apareceu que meu filho 04 teria namorado a filha desse ex-sargento”, afirmou Bolsonaro.
Em seguida Bolsonaro soltou a pérola: “Eu perguntei para ele, que me disse que saiu com metade das meninas do condomínio, como vai saber quem é essa daí”. Parece que usou o pronunciamento para dizer que seu filho é um garanhão.
Depois o presidente falou do Inmetro, sem conexão aparente com nada. “Eu vou implodir o Inmetro, pelo que descobri lá, queriam trocar 1,6 milhão de tacógrafos. Obrigação do Inmetro é atestar qualidade e evitar onerar o povo. Implodimos o Inmetro”, disse o presidente.
Bolsonaro ainda citou, sem ordem aparente, temas como caso Queiroz, o assassinato de Marielle Franco, condenações por tráfico da drogas na família da primeira-dama Michelle Bolsonaro, taxímetros do Rio de Janeiro, entre outros.
Em meio a esta salada mista de assuntos sem conexão, Bolsonaro disse que Moro concordaria com a demissão do diretor gera da Polícia Federal, em novembro, depois que o presidente indicasse o ex-juiz para o Supremo Tribunal Federal. Disse que ficou triste por algumas vezes ter sido ignorado pelo ex-ministro, só faltou chorar.
Depois de tudo isso, perdido e procurando apoio, Bolsonaro finalmente resolveu ler o texto que tinha escrito para o discurso. Ele negou as acusações de Moro e afirmou que “o governo continua”.