Laudo diz que morte de João Victor foi causada por lança-perfume
O laudo necroscópico do Instituto de Criminalística (IC) aponta que o pré-adolescente João Victor Souza de Carvalho, de 13 anos, morreu de uma parada cardiorrespiratória causada pelo uso de lança-perfume. A informação foi divulgada nesta terça-feira, dia 7, pelo G1.
O documento informa que foram encontrados tricloroetileno e clorofórmio, que compõem o lança-perfume, no corpo do garoto. Ainda de acordo com o exame, ele teve convulsão e falta de oxigenação decorrente de um infarto. Também foram encontradas escoriações no seu corpo, porém, as lesões não relacionam a morte a agressões.
João Victor morreu no dia 26 de fevereiro em frente à rede de fast-food Habib’s da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital paulista. Um vídeo veiculado na internet mostra ele sendo arrastado por dois funcionários da lanchonete momentos antes de sua morte.
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TESTEMUNHAS
O caso está sendo investigado pelo 28º (Distrito da Polícia Civil), da Freguesia do Ó. Testemunhas ouvidas pela investigação contaram ter visto João ser agredido por funcionários do Habib’s.
“Eu tava [sic] parado no semáforo, aí daqui a pouco eu vi um menino passando com pedaço de pau na mão, correu na rua, veio o rapaz do Habib’s atrás dele, e veio um outro atrás dele também. Mas só vi ele dando porrada no moleque, mas semáforo abriu e não deu pra eu ver mais nada, né?”, falou um motorista que não quis ser identificado ao SPTV.
Segundo a Ponte Jornalismo, outra testemunha, Silvia Helena Croti, 59 anos, que é catadora de material reciclável e vendedora ambulante, informou que por volta das 19h, quando estava vendendo balas próximo à lanchonete, viu João Victor correndo na rua, sendo perseguido por um segurança e o gerente do estabelecimento. A corrida terminou quando o segurança agarrou o jovem pelo pescoço. Ainda segundo Silvia, o segurança agrediu o garoto com “um violento soco na cabeça”.
Momentos depois, João Victor desmaiou e foi deitado no chão pelos funcionários do fast-food, segundo a testemunha. Quando se aproximou dele, Silvia disse que ele estava “inconsciente” e “com a boca espumando”.
A família de João Victor pede justiça. O menino vinha sofrendo ameaças de seguranças da lanchonete há dois meses, disse o pai do menino, Marcelo Fernandes de Carvalho, em depoimento.
Por meio de nota, a lanchonete informou que afastou os funcionários envolvidos no caso até o fim das conclusões da polícia para tomar outras medidas.
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