Líder dos caminhoneiros, que apoiou eleição de Bolsonaro, hoje o critica: “está louco”
Dedeco também afirma ter sido bloqueado no WhatsApp por Ministro da Infraestrutura após questionar medidas de proteção ao coronavírus
Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta quarta-feira, 1, um dos líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, Wanderlei Alves, o Dedeco, criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da crise de coronavírus que se espalha pelo Brasil. “Bolsonaro está louco. Não tem outra explicação para o comportamento dele”.
Dedeco, que nas eleições de 2018 saiu em campanha pela candidatura do atual presidente, e cumpriu papel de interlocutor do governo com a categoria, hoje questiona a postura do mandatário. “Não se pode salvar a economia empilhando corpos. Como assim ele diz que só idosos morre de coronavírus? ‘Só’ idoso? A vida do idoso vale menos?.”
O motorista faz oposição à campanha anunciada por outra liderança categoria, Wallance Landim, que, em entrevista à Folha, prometeu paralisação caso as medidas de quarentena não sejam flexibilizadas.
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Bloqueado pelo governo
Diferentemente de Landim, que revelou manter diálogo amistoso com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, Dedeco afirma ter sido bloqueado no WhatsApp pelo governista desde que a crise da pandemia se espalhou pelo país.
A última conversa entre o caminhoneiro e Tarcísio aconteceu no último dia 25.“Na última conversa que tivemos, dias antes de ele me bloquear, eu falei: ‘Tarcísio, não adianta dar álcool e mascarinha pra caminhoneiro. Precisa levar atendimento de saúde pra estrada’”. E completou: “Ele nunca mais me respondeu e a foto dele sumiu do zap.”