Livros que dizem como criar bebês podem deprimir mães
Ter um bebê não envolve uma rotina fácil: pode ser angustiante lidar com o pós-parto, a amamentação, o sono, a alimentação, dúvidas sobre o comportamento, a saúde e o desenvolvimento do bebê. São tantas questões que muitos pais e mães buscam manuais a fim de encontrar soluções que possam harmonizar seu dia a dia.
Contudo, um artigo publicado no El País sinaliza que esses manuais podem ter um impacto bastante negativo. A autora Amy Brown pontua que, desde o lançamento do manual de puericultura “Meu Filho, Meu Tesouro”, escrito por Benjamin Spock, muitos especialistas passaram a produzir os seus guias de criação de filhos. No entanto, um estudo realizado recentemente demonstra que poucas mães encontram soluções para seus problemas nesses livros, que, pelo contrário, aumentam o risco de a mulher apresentar sintomas de depressão e ansiedade.
O resultado da pesquisa é de que, se o manual é útil para a mãe, seu bem-estar não é afetado – e apenas 22% das participantes disseram ter achado manuais úteis –, enquanto 50% afirmaram que essas recomendações eram prejudiciais e 53% falaram que se sentiram mais inquietas depois da leitura. Além disso, uma em cada seis mulheres constataram que os manuais fizeram com que se sentissem um desastre!
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De acordo com Amy Brown, esse tipo de orientação acaba por não servir porque induz os pais a adaptarem o bebê a um ritmo marcado, que vai na direção contrária do que os bebês precisam e de como se comportam. Por exemplo, no caso da amamentação: uma vez que o leite materno é leve e digerido com facilidade, é comum que o bebê queira mamar com frequência – enquanto muitos livros incentivam que a amamentação seja regrada e com intervalos controlados.
Por outro lado, diante do cansaço e do desgaste, é natural que os pais estejam em busca de uma solução milagrosa: “A maternidade é exaustiva, e na atualidade muitas mães de primeira viagem estão isoladas da família, o que pode aumentar o risco de depressão. Além disso, é frequente que precisem se reincorporar ao trabalho quando ainda continuam lutando com as noites em claro”.
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