Loja carioca é denunciada por racismo, gordofobia e assédio moral

A grife Loja Três existe há seis anos e tem sede no Rio de Janeiro

21/05/2019 12:10

Loja Três recebeu uma enxurrada de críticas nas redes sociais
Loja Três recebeu uma enxurrada de críticas nas redes sociais - Reprodução / Instagram

Racismo, gordofobia, homofobia e assédio moral: funcionários da marca carioca Loja Três fizeram uma série de acusações contra a empresa, divulgadas em reportagem da jornalista Mariana Gonzalez, do portal Universa, nesta segunda-feira, 20. Dos 11 relatos divulgados, entre funcionários e ex-funcionários, cinco foram feitos por mulheres negras e apenas um por homem.

A grife de roupas e acessórios existe há seis anos e tem sede no Rio de Janeiro, onde estão localizados o escritório, a fábrica e duas lojas. Também há mais dois pontos de venda em São Paulo. A loja é de Guta Bion, sócia dos filhos: a estilista Fernanda Bion e o economista Francisco Bion. Os três donos estariam envolvidos com os casos relatados.

As denúncias foram feitas por pessoas que exerceram diferentes funções, como gerente, vendedora e modelista. Em um dos casos, uma ex-gerente de uma loja em São Paulo contou que foi pressionada pela dona da empresa para pedir a uma funcionária negra que parasse de usar tranças. A situação de racismo fez com que a vítima pedisse demissão.

Além dos casos de preconceito, funcionários afirmaram que foram privados de água, papel higiênico e açúcar, ou até mesmo de usar o telefone celular. Algumas das denúncias chegaram, de forma anônima, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio de Janeiro e deram origem a dois inquéritos. Veja aqui a reportagem na íntegra.

Após a repercussão, a marca fez um post no Instagram e lamentou o ocorrido. Segundo a Três, as acusações “não retratam a realidade do nosso dia a dia”. O texto recebeu uma enxurrada de críticas nos comentários.

“A maior parte das denúncias que lemos na matéria são anônimas e dizem respeito a fatos que desconhecemos, o que dificulta a sua necessária apuração e o importante diálogo com as pessoas envolvidas. Nosso apreço pela diversidade nunca foi de fachada, como agora nos acusam. Vale esclarecer que as alegações não foram oficializadas pelo Ministério Público e tampouco recebemos qualquer prova dos graves fatos veiculados. De todo modo, a Loja Três não se furtará em apurar todas as denúncias, com apoio, inclusive, de uma empresa de compliance para condução do processo com isenção, transparência e rigor. A principal acusada já se afastou voluntariamente de suas atividades na empresa enquanto todos os fatos estiverem sendo apurados”, declarou no post.

Veja o post:

https://www.instagram.com/p/BxstVxHh5de/