Lula lança pré-candidatura e diz que condenação não é seu fim

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta quinta-feira, dia 13, pela primeira vez sobre sua condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dada pelo juiz Sérgio Moro. Na sede do PT nacional, em São Paulo, o petista afirmou que é inocente na acusação de ter comprado e reformado um apartamento triplex em Guarujá, no litoral paulista, e que a denúncia de Moro não apresenta nenhuma prova contra ele. Também se declarou pré-candidato à Presidência.

O ex-presidente Lula afirma ser inocente e que é pré-candidato a presidente em 2018

“A única prova que tem neste processo é a prova da minha inocência”, afirmou. E pediu: “Se alguém tiver uma prova contra mim, por favor, diga. Eu ficaria mais feliz se eu fosse condenado com base numa prova, eles me desmascarassem”.

Lula disse também que já sabia do desfecho da ação e cita artigo escrito para o jornal “Folha de S.Paulo” em outubro de 106 com o título: “Por que querem me condenar”. Para o petista, o que menos importava nos depoimentos que prestou à Polícia Federal era o que ele falava. “Eles já estavam com a concepção da condenação pronta.”

Segundo o ex-presidente, seus acusadores “sabem que não roubei”, mas não podem recuar “depois do massacre que promoveram na mídia”, e completou: “Estão condenados a me condenar”.

“Obviamente que o Moro não tem que prestar contas pra mim, ele tem que prestar contas para a história. Ela é que vai dizer quem está certo ou errado.”

Depois de se defender, Lula afirmou que a sentença de nove anos e seis meses de prisão, a que vai recorrer em liberdade, não é o fim de sua carreira política. “Se alguém pensa que, com essa sentença, me tirou do jogo, pode saber que eu estou no jogo. Quero dizer ao meu partido que até agora eu não tinha reivindicado, mas agora vou reivindicar [a vaga] como postulante a candidato a presidente da República.”

Aproveitou, também, para atacar: “Se eles acabaram de destruir tudo o que foi construído de direito dos trabalhadores desde 1943, na Previdência Social, se estão tentando destruir a indústria nacional, se estão tentando destruir a Petrobras, as empresas de engenharia, os senhores da casa grande permitam que alguém da senzala façam o que vocês não têm capacidade de fazer”.

Sobre o governo Temer, se disse contra um “golpe dentro do golpe” e pediu eleições diretas. “A gente não quer golpe no Temer, a gente quer votar, a gente não quer que ele saia porque tem de achar um melhor. Um melhor, só uma eleição pode achar.”

Antes de Lula, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou que “eleição sem o presidente Lula é uma fraude” e que o partido vai para o enfrentamento contra a sentença dada contra o ex-presidente.

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