Machismo impede menina de jogar campeonato de futebol em SC

Jogadora desde os 7 anos, menina luta para jogar campeonato que acontece neste mês em Santa Catarina; abaixo-assinado tenta convencer organização

13/07/2019 10:34

Proibida de participar de um campeonato de futsal por ser menina, Clara joga como goleira em um time  de Ananindeua, no Pará.

Em protesto à decisão dos organizadores do evento, sua mãe, Renata Rodrigues, resolveu usar as redes sociais para denunciar o caso. Além disso, criou um abaixo-assinado, que já tem mais de 2 mil assinaturas, para mudar esta história. O torneio acontece entre 23 e 27 de julho em Santa Catarina.

Campanhas nas redes sociais tenta mudar decisão que impede Clara de jogar campeonato de futsal em Santa Catarina
Campanhas nas redes sociais tenta mudar decisão que impede Clara de jogar campeonato de futsal em Santa Catarina

No Instagram, Renata contou que a menina sempre esteve nos times masculinos, já que, onde mora, nunca encontrou um feminino . Ela desabafou “Não é fácil compartilhar esse vídeo, mas sei o quanto tem sido difícil pra ela ver todos os amigos se preparando pra viajar e ela aqui com planos frustrados. Sempre muito disciplinada, esforçada, dedicada enfrentou todos os obstáculos de dentro e fora de quadra”.

No depoimento, a mãe relembrou todas as dificuldades enfrentadas pela pequena Clara para ganhar um lugar dentro do esporte. “No início os colegas não confiavam no potencial dela, uns pais apoiaram, outros não. Já foi ameaçada dentro de quadra por um colega de equipe, que se ela driblasse ele novamente, ele bateria nela. Mas aos poucos tudo foi mudando, eles passaram a respeitar ela em quadra, e finalmente se integrou ao time de verdade”.

Para pagar passagem de ônibus até Santa Catarina, Clara resolveu vender doces para custear viagem
Para pagar passagem de ônibus até Santa Catarina, Clara resolveu vender doces para custear viagem

Impedida apenas por ser mulher

Contou ainda que para participar do campeonato, Clara decidiu fazer doces para vender e custear a passagem até Santa Catarina. “Hoje já joga em outra equipe, todo o esforço em mostrar seu potencial tem que ser feito de novo, mas nada a abalou, nem antes, nem durante, nem depois. O que mexeu no fundo dos seus sonhos foi ter sido impedida pelo simples fato de ser mulher. Ela se planejou pra isso, fez doces pra vender e arrecadar uma ajuda pra passagem, sonhou participar, e ainda sonha, tirou notas boas na escola, que era uma das condições para participar (antes de sabermos que ela não poderia por ser menina). Agora como uma mãe pode olhar nos olhos de uma filha e explicar o real motivo do não? Ela fez tudo o que estava ao alcance para ir, mas não pode!”, finaliza.

Com informações da revista Pais&Filhos