Mãe acusa Palmeiras de discriminar e humilhar filha deficiente

O clube queria que Luiza Baú deixasse de praticar aulas de Iôga por ter uma deficiência cognitiva

A Mãe de Luiza Baú acusa o Palmeiras de discriminar e humilhar filha deficiente cognitiva dentro do clube. “O que vocês estão fazendo aqui é ajudando as pessoas que são intolerantes a continuar sendo intolerantes, é isso que vocês estão fazendo, reforçando essa sensação de que a gente tem que excluir quem é deficiente”, disse a mãe, Silvia Carneiro para uma coordenadora, uma assistente social e um advogado do Palmeiras, segundo informações do portal Uol.

Mãe acusa Palmeiras de discriminar e humilhar filha deficiente
Créditos: Istock/kieferpix
Mãe acusa Palmeiras de discriminar e humilhar filha deficiente

Silvia relata que ela e a filha foram constrangidas e coagidas pelos funcionários do clube em uma sala da sede social durante 48 minutos de reunião, convocada pela coordenação com objetivo de convidar Luiza a se retirar das aulas de ioga.

“Foi desgastante. Desrespeitoso. Preconceituoso. Humilhante. Desumano”, disse a mãe para o UOL, além completou: “Jamais imaginei que teria um advogado e uma assistente social, aquele quadro de funcionários juntos a postos para falar comigo e com a Luiza. O advogado chegou armado da lei de inclusão, que ele falava que ‘não era bem assim’. Foi uma conversa que achei bastante destemperada, com comentários”, relatou.

Segundo o portal o Palmeiras negou que queria tirar Luiza da ioga para atender a reclamações de outros sócios, mesmo Silva tendo gravado a reunião onde essa situação foi exposta para ela. Veja a transcrição aqui.

A reunião aconteceu em 8 de fevereiro, mas a Silvia só quis revelar o caso agora. Ela disse ao UOL que não pretende entrar com processo contra o clube. “Gostaria de receber um pedido de desculpa. Eu não quero mais ficar calada perante o que é injusto. Sei reconhecer o que está certo e o que está errado, e as pessoas tratam a gente mal quando a gente exige direitos. Se essa situação não se repetir mais com ninguém, e eles (funcionários do Palmeiras) reconhecerem que estão errados, já é o suficiente”, afirmou.

Segundo a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Silvia poderia recorrer judicialmente pela conduta adotada pelo Palmeiras.

“Se a Silvia procurasse a Justiça, com certeza haveria a possibilidade de manejar alguma ação indenizatória por danos morais e no âmbito criminal também talvez uma ação ligada especificamente ao crime de discriminação, como diz a lei. Não é considerado mais como um mero desfavor do cotidiano, mas sim algo grave que abala diretamente a honra, a moral, até o trato dela com a filha, a relação familiar. Ela tem totais possibilidades de procurar um advogado ou a defensoria pública para ir atrás desses direitos”, explicou para o UOL, Lucas Nowill, advogado da Apae.