Mãe acusa policial reformado de enforcar criança por falar ‘Lula lá’
“Ele não pode ficar impune”, enfatiza Reisla Naiara Gomes, que busca por justiça após o filho sofrer agressão corporal e ficar traumatizado com o ato
A mãe de uma criança, de 6 anos, pede está pedindo justiça depois de registrar boletim de ocorrência contra um policial militar reformado, de 55 anos. O homem, de acordo com a denúncia, teria enforcado o menino até desmaiar depois de ele brincar e dizer, ao ser questionado, “Lula lá”, fazendo referência ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O caso ocorreu no último domingo, 30 de outubro, em Divinópolis, Minas Gerais, e começou a repercutir nesta última quinta-feira, 3, após a mãe, Reisla Naiara Gomes, ir para as redes sociais desabafar.
Desde o fato, ela conta que nenhuma medida foi adotada contra o suposto agressor. “Ele continua andando por aí normalmente. Quero justiça”, declarou Reisla.
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O menino vai todos os finais de semana para a casa do paia. Lá, frequenta a padaria que fica logo em frente. No domingo, ele foi até o estabelecimento que pertence à família do policial reformado, para comprar um lanche.
“Lá estavam o agressor, a mãe do agressor e o pai do agressor. Eles estavam discutindo Lula e Bolsonaro. Meu menino passou, o agressor passou a mão na cabeça dele e falou: ‘Você é Bolsonaro, você tem cara de ser Bolsonaro’. Aí meu menino falou: ‘Eu sou Lula lá’. No que ele falou, ele pegou meu filho pelo pescoço, enforcando meu filho, deixando ele sem ar até ele desmaiar. Quando ele desmaiou que ele soltou meu filho. Machucou o cotovelo dele”, relata a mãe da criança.
O pai do menino, de 75 anos, apareceu logo em seguida. “Ele começou a gritar: está machucando o menino, machucando o menino, aí ele (agressor) falou: estou só brincando”, conta a mãe. Após o menino retomar a consciência, ele foi levado para a casa. Porém, a PM foi acionada só à noite quando a mãe chegou para buscar o filho.
“Ele foi levado para o hospital assim que eu tive conhecimento. Chamei a polícia e os próprios policiais levaram ele”, relata. Reisla falou que o pai não fez nada por receio e por ser idoso.
A mãe quer que as autoridades continuem com a investigação. “Ele não pode ficar impune”, diz. Além da marca no pescoço, Reisla diz que a agressão deixou trauma psicológico no filho: “Ele não quer sair de casa, acorda a noite chorando”.
Em nota, a Polícia Militar confirmou que foi chamada na noite de domingo, 30. A agressão teria acontecido às 9h. “De imediato, os policiais militares prestaram assistência à criança e a conduziram para o atendimento médico. As equipes se deslocaram até a residência do suposto autor com o escopo de adotar as providências, porém, este não foi localizado. O registro foi encerrado e entregue à Delegacia de Polícia Civil, tendo em vista o suposto fato se tratar de crime comum.”, informou a polícia.