Manifestantes cercam Casa Branca em protesto pela morte de George Floyd
Cerca de 20 cidades norte-americanas tiveram protestos na noite de ontem; centenas foram presos e ao menos duas pessoas morreram
Nesta sexta-feira, 29, a Casa Branca, sede do governo estadunidense em Washington, foi cercada por centenas de manifestantes indignados com a morte de George Floyd, um homem preto que foi assassinado por asfixiamento por um policial branco, em Minneapolis. Já faz quatro dias que os EUA enfrentam protestos contrários à violência policial.
De acordo com a rede de televisão norte-americana CNN, ao menos 20 cidades contabilizaram manifestações na noite de ontem. Um homem e um agente federal morreram e centenas de pessoas foram presas ao redor dos EUA nos protestos desta madrugada.
O homem que morreu, um jovem de 19 anos, foi atingido depois que uma pessoa passou atirando de dentro de um carro contra uma multidão que protestava no centro de Detroit, no Michigan. A polícia ainda não sabe se ele fazia parte dos protestos.
- Fundadora do ‘Black Lives Matter’ perde primo em abordagem policial
- Possível execução de jogador iraniano gera protestos de personalidades nas redes
- Polícia pega leve ao prender médico estuprador; e se ele não fosse branco?
- Policial que matou George Floyd recebe condenação de 21 anos de prisão
O agente federal morreu depois de ser baleado durante as manifestações em Oakland, perto de San Francisco, na Califórnia. Um segundo agente foi atingido, segundo a polícia, mas sobreviveu.
Policial foi preso
Foi preso nesta sexta-feira o policial branco envolvido na morte de um cidadão negro na cidade americana de Minneapolis. Derek Chauvin foi acusado de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Outros três policiais ainda estão sob investigação.
Um vídeo revelou que Chauvin ajoelhou sobre o pescoço de George Floyd por quase nove minutos, apesar das súplicas da vítima e das testemunhas para que parasse. A promotoria afirma que a autópsia preliminar concluiu que Floyd não morreu por asfixia ou estrangulamento, mas que a ação do policial contribuiu para a morte, já que Floyd era cardíaco e hipertenso.
O assassinato do norte-americano George Floyd, provocou reações em todo o mundo. Mesmo afirmando que não conseguia respirar, o homem de 46 anos foi sufocado até a morte por um policial branco durante abordagem na última segunda-feira, 25, em Minneapolis (EUA).
O episódio expõe, novamente, as consequências da perversão do racismo que, tanto nos Estados Unidos, como aqui, provoca o assassinato de milhares de pessoas anualmente.
O assassinato de Floyd levanta inúmeras perguntas, provavelmente, sem resposta. Mas o que leva um homem a ser assassinado apenas pela cor da sua pele?
Minneapolis em chamas
Manifestantes incendiaram uma delegacia em Minneapolis (EUA). Os policiais abandonaram o edifício antes do início do incêndio. Não se sabe se pessoas ficaram feridas no episódio. Lojas também foram saqueadas no terceiro de dia de protesto na cidade.
Reação de Donald Trump
Nesta sexta-feira, 29, o Twitter voltou a moderar uma mensagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A rede social incluiu um aviso na publicação de Trump sobre os protestos de Minneapolis, alegando que ela “enaltece a violência”.
Na mensagem, Trump sugeriu atirar nos manifestantes para impedir saques na onda de protestos.
“Estes BANDIDOS estão desonrando a memória de George Floyd, e eu não deixarei que isso aconteça. Acabei de conversar com o governador Tim Waltz e disse que o Exército está com ele até o fim. Qualquer dificuldade e nós assumiremos o controle, mas quando começam os saques, começam os tiros”, escreveu o presidente.