Marcas como Timberland e Kipling suspendem compra de couro brasileiro
Ao todo já são 18 grifes que não querem negociar com o Brasil, após crescer o número de incêndios nas florestas
As queimadas na Amazônia começam a impactar o comércio do Brasil com o exterior. Marcas de roupas e calçados como Timberland, Kipling, Vans e The North Face já solicitaram a suspensão da compra de couro brasileiro. Ao todo já são 18 grifes que manifestam o descontentamento de negociar com o país, segundo informa carta do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) enviada ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Na carta foram listadas as marcas Timberland, Dickies, Kipling, Vans, Kodiak, Terra, Walls, Workrite, Eagle Creek, Eastpack, JanSport, The North Face, Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll e Horace Small. “Recentemente, recebemos com muita preocupação o comunicado de suspensão de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais. Este cancelamento foi justificado em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do País. Para uma nação que exporta mais de 80% de sua produção de couros, chegando a gerar US$ 2 bilhões em vendas ao mercado externo em um único ano, trata-se de uma informação devastadora”, escreve José Fernando Bello, presidente executivo do CICB.
Agora, o presidente da CICB pede uma atenção especial do Governo ao problema, como a criação de barreiras comerciais.
A reação das marcas se dá em função da alta do número de incêndios que atingem a Amazônia, até agora mais de 43 mil focos de queimadas foram registrados. O maior índice dos últimos 20 anos, conforme aponta dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A Nasa e o Instituto de Pequisa Ambiental da Amazônia (Ipam) mostram relação com a alta do desmatamento na região.