Marido de Tatiane Spitzner tenta se matar na cadeia
Defesa de Luís Felipe Manvailer pediu transferência para hospital psiquiátrico
A defesa de Luís Felipe Manvailer, acusado de matar Tatiane Spitzner, entrou com um pedido de transferência de onde ele está preso em Guarapuava, no Paraná (PR), para um centro médico de atendimento psiquiátrico, depois de o professor tentar se matar.
Detido na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), o rapaz deverá ser encaminhado ao Complexo Médico-Penal (CMP), em Pinhais, na Região de Curitiba, “para atendimento psiquiátrico e psicológico urgente”, segundo o “G1”.
Manvailer foi denunciado por homicídio, fraude processual por alterar a cena do crime e cárcere privado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), e a Justiça aceitou a denúncia nesta quarta-feira, 8. Sendo assim, a partir de agora, o professor passa a ser tratado como réu.
Ainda de acordo com a publicação, os advogados de Luís Felipe têm dez dias para apresentar a defesa preliminar e incluir testemunhas de defesa.
ENTENDA O CASO
Tatiane Spitzner morreu na madrugada de 23 de julho, após supostamente cair do quarto andar do prédio em que morava com o marido, Luis Felipe Manvailer.
Minutos antes da queda da advogada, ela aparece nas câmeras de segurança do edifício sendo violentamente agredida pelo biólogo em pelo menos três ocasiões: dentro do carro, ainda fora do prédio; no estacionamento do condomínio, quando ela tenta fugir, mas não consegue; e dentro do elevador quando tenta mais uma vez se desvencilhar das garras de Luis Felipe, mas novamente é impedida.
Após o casal sair do elevador, não é mais possível ver o que acontece. Pouco tempo depois, Manvailer aparece sozinho nas imagens e sai do prédio para buscar o corpo desfalecido da esposa que já tinha caído.
Ele entra com Tatiane nos braços e a leva para o apartamento. Em seguida, ele troca de roupa e volta para limpar os vestígios de sangue de Spitzner que ficaram dentro do elevador. Depois disso, ele foge usando o carro da vítima, mas é preso horas mais tarde, em São Miguel do Iguaçu, a 340 km de Guarapuava, onde o crime aconteceu.
ASFIXIADA
Na manhã da segunda-feira, 6, O Ministério Público do Paraná (MP-PR) adiantou parte do resultado da perícia feita no corpo de Tatiane Spitzner, em que ficou constatado que a mesma teve uma fratura no pescoço, característica de quem sofreu esganadura e apresentou marcas nas laterais do pescoço.
FEMINICÍDIO
Conforme a denúncia apresentada pelo MP-PR no início desta semana, Luis Felipe responderá pelo crime de homicídio com quatro qualificadoras – meio cruel, dificultar a defesa da vítima, motivo torpe e feminicídio.
Ainda, o réu foi indiciado por fraude processual por alterar a cena do crime ao limpar os vestígios de sangue da vítima do elevador e por cárcere privado.
“Após a conclusão do presente feito investigatório, angariaram-se mais elementos que demonstram a necessidade da custódia cautelar do acusado, considerando-se que este dentou um comportamento extremamente agressivo e perigoso”, justificou o MP-PR ao pedir que Manvailer continue na cadeia.
“INOCENTE”
Em depoimento do réu à polícia, ele se declarou “inocente”, afirmou que Tatiane se jogou do apartamento e diz que a “ama muito”.
“A imagem da minha esposa se jogando da sacada não sai da minha cabeça… Ainda fica martelando as imagens [dela se jogando] porque eu sou inocente, eu a amo muito”, declarou Luis Felipe.