‘Medalha de ouro da corrupção vai para o Brasil’, diz ‘New York Times’

Com informações da BBC Brasil

Um editorial publicado pelo jornal norte-americano “The New York Times” nesta segunda-feira, dia 6, questiona as reais intenções do presidente interino, Michel Temer, em combater a corrupção, motivo que o levou a ocupar a cadeira da titular Dilma Rousseff.

Intitulado “A Medalha de Ouro do Brasil para a Corrupção” (em tradução livre), o artigo faz uma alusão ao clima das Olimpíadas e pede que o novo chefe do governo brasileiro se posicione pelo fim da impunidade parlamentar para ministros e congressistas acusados de corrupção.

O texto surge no mesmo dia em que Temer é citado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em pedido de investigação contra o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, suspeito de receber propina da Petrobras para financiar sua campanha derrotada ao governo do Rio Grande do Norte.

Foto que abre o editorial publicado pelo jornal norte-americano

O editorial começa fazendo uma referência à ficha suja de ministros do governo – entre os quais, sete são investigados por corrupção. “As nomeações reforçaram as suspeitas de que o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff no mês passado, por acusações de maquiar ilegalmente as contas do governo, teve uma segunda intenção: afastar a investigação (de corrupção)”.

Em seguida, o jornal lembra a queda do ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, e da Transparência, Fabiano Silveira, ambos sob a suspeita de tentarem interromper a Operação Lava Jato.

“Isso forçou Temer a prometer, na semana passada, que o Executivo não interferirá nas investigações na Petrobras, nas quais estão envolvidos mais de 40 políticos. Considerando os homens de quem Temer se cercou, a promessa soa oca”, escreve.

De acordo com o artigo, a corrupção no país é relacionada à legislação brasileira que permite “a altos funcionários do governo, incluindo os legisladores, gozarem de imunidade contra processos na maioria das circunstâncias”. E conclui: “A proteção razoável claramente permitiu uma cultura de corrupção institucionalizada e impunidade”.

Leia o texto na íntegra (em inglês).