Média móvel de mortes por covid-19 bate recorde e Bolsonaro pede jejum
Compra de vacinas? Ações para conter a pandemia no Brasil? Não. O presidente da República não quer saber de ciência, apenas de religião - quando lhe convém
Parece mentira, mas não é. No dia em que o Brasil bateu recorde na média móvel diária de mortes pela covid-19 (estamos com 2.598 óbitos diários), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em vez de dar a notícia de mais vacinas, ou dar o exemplo à população sobre o uso de máscara e o isolamento social, pediu para que os brasileiros façam jejum e orem.
Na noite deste domingo, 28, Bolsonaro fez um post nas redes sociais fazendo o pedido de jejum e oração a seus seguidores: “Aos que puderem, amanhã, 29/03/2021, teremos um dia de jejum e oração pelo bem e pela liberdade de nossa nação. Seguiremos lutando com todas as nossas forças contra o vírus e o desemprego; pela vida, mas sem abrir mão da dignidade de cada um.”, escreveu.
Ainda sem anunciar nenhum tipo de iniciativa por parte do governo federal para tentar brecar a pandemia no Brasil, Bolsonaro completou: “A batalha é dura e dolorosa, mas juntos, ao lado de Deus, nós venceremos! Abençoado seja o nosso Brasil e o povo brasileiro! Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor (Salmo 33:12)”, disse.
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Cada um pode ter a religião que quiser, até mesmo o presidente da República. A fé de cada um deve ser inquestionável. Mas enquanto representante do poder executivo do Brasil, Bolsonaro deveria ser menos cara de pau e mais assertivo em suas ações. Pedir para que a população faça jejum, enquanto o governo federal é o maior responsável pela crise pandêmica vivida pelo país é, no mínimo, debochar das mais de 300 mil vidas brasileiras perdidas para o novo coronavírus.
Que o presidente continue a ter fé, mas que comece, urgentemente, a agir de acordo com a ciência, disponibilizando mais e mais vacinas e dando o exemplo de que máscara e isolamento social evitam mortes.
#ACulpaÉDele