Menina síria que tuíta sobre guerra é retirada de Aleppo

20/12/2016 10:56

Bana al Abad em sua casa no leste de Aleppo, na Síria; no Twitter, ela conta que lê para se esquecer da guerra
Bana al Abad em sua casa no leste de Aleppo, na Síria; no Twitter, ela conta que lê para se esquecer da guerra

Em meio à guerra, um instante de alívio: Bana al Abed, garota síria de 7 anos que ficou conhecida depois que começou a contar pelo Twitter como era sua rotina em meio aos bombardeios, foi retirada hoje do leste de Aleppo.

A informação de que Bana e sua família deixaram a área de conflito durante o cessar-fogo foi confirmada inicialmente por ONGs. Durante a tarde, a própria menina tuitou que conseguiu sair do local. De acordo com o governo sírio, 20 mil pessoas foram resgatadas.

A ONG islâmica turca IHH publicou uma foto da menina com um dos funcionários da organização e afirmou que ela faz parte do “primeiro grupo que foi evacuado nesta manhã e agora está na região de Rashidin”, zona campestre de Aleppo, informou a agência de notícia France Presse.

A garota, que tem a ajuda da mãe, Fatemah, para publicar na rede social, tem mais de 334 mil seguidores. Desde setembro, Bana relata os horrores da vida na cidade sitiada pelo regime sírio com mensagens, fotos e vídeos.

Sua conta chamou tanta atenção que até mesmo a escritora britânica J. K. Rowling, criadora da série “Harry Potter”, se sensibilizou com a história e enviou à garota livros e mensagens de apoio.

Cansados

No último domingo, 18, a garota implorou a Recep Tayyip Erdogan, presidente da Síria, e ao ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, para que o cessar-fogo fosse respeitado, e os civis, retirados. “Estamos tão cansados”, afirmou.

Tuítes da garota síria Bana, que tem 7 anos e foi retirada hoje de Aleppo
Tuítes da garota síria Bana, que tem 7 anos e foi retirada hoje de Aleppo

O ministro respondeu ao tuíte de Bana dizendo que as dificuldades encontradas em solo não iriam detê-los e que farão “todo o necessário para levá-la, com milhares de outros, a um lugar seguro”.

Já em segurança, após uma viagem de 18 horas de ônibus desde Aleppo, a mãe de Bana afirmou ao canal americano NBC News, por Skype, que suas emoções estão “entre a tristeza e a felicidade”. “Sinto que meus filhos estão em um lugar mais seguro, mas não sabemos por quanto tempo será assim. E não sei para onde vamos.”