Mensagens antissemitas são jogadas em condomínios da Barra da Tijuca
Polícia Civil investiga ofensas a judeus em panfletos
Em mais um episódio que parece escancarar a escalada neonazista no Brasil, ruas de condomínios da Barra da Tijuca, no Rio, foram forradas de bilhetes com ofensas antissemitas. “Judeus acumuladores compulsivos de ouro diamante e dólares (sic)”, dizia a mensagem nos papéis.
O delegado Leandro Gontijo de Siqueira Alves, titular da 16ª DP, relatou ao jornal “Extra” que bilhetes foram apreendidos e que imagens de câmeras de vigilância ajudarão a esclarecer o caso.
- Suspeito de matar Marielle Franco diz que já recebeu ajuda de Bolsonaro
- Policial cita ‘glamourização do militarismo’ e critica ‘radicalização’ da PM em atos
- Caso Marielle: Jornalista explica tweet da volta de Bolsonaro ao RJ
- 7 em cada 10 pessoas mortas no Brasil são negras, alerta campanha
“É inacreditável que hoje discutimos mais esse assunto do que há dez anos. A polarização tem levado ao extremismo, ao racismo, ao antissemitismo”, afirmou Alberto David Klein, presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto e também presidente da Federação Israelita do Estado do Rio (Fierj).
“O que nos preocupa não é a mensagem tão somente nos bilhetes, mas a consequência desses ataques, porque pode ser que as pessoas que organizaram isso tenham seguidores e queiram dar prosseguimento a essas ações. Precisamos voltar ao equilíbrio, a normalidade e ao diálogo, para que sociedade aceite a diversidade.”
A vereadora Teresa Bergher (Cidadania), membro da comunidade judaica e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio, divulgou nota sobre o episódio.
“O antissemitismo vem crescendo desenfreadamente porque há uma parcela da sociedade que trata o movimento neonazista com naturalidade. Neonazistas não podem ser recebidos por chefes de estado com pompas e honras, devem ser tratados como criminosos – o que verdadeiramente são. Se não pusermos um freio imediato neste movimento, ele vai crescer, como cresceu o nazismo nos anos 30. Precisamos ter em mente que este movimento discrimina tudo o que é diferente, religiões afro, negros, homossexuais, mulheres e também judeus.”