“Meu filho não é obrigado a compartilhar”, desabafa mãe em texto

25/04/2017 18:22

Um ensinamento recorrente que as crianças recebem dos pais, cuidadores e professores pode ser resumido em um simples verbo: compartilhar. Pode ser um brinquedo, uma comida, o lugar no sofá, o que importa é saber dividir.

No entanto, nem todos pensam assim e, ao contrário, procuram transmitir aos filhos a importância de saber se posicionar diante de suas escolhas. Para muitos, esse posicionamento pode ser encarado como um simples ato de egoísmo.

Não dividir as coisas é, necessariamente, um sinal de egoísmo? Para a mãe Alanya Kolberg
Não dividir as coisas é, necessariamente, um sinal de egoísmo? Para a mãe Alanya Kolberg

Individualidade x Individualismo 

Para defender este ponto de vista em relação à criação de seu filho Carson, a americana Alanya Kolberg escreveu um depoimento com opiniões veementes sobre o tema, acendendo um debate acalorado sobre os valores que os adultos passam para os pequenos. Até o momento, o relato já tem mais de 214 mil compartilhamentos e mais de 238 mil reações no Facebook.

Intitulado “Meu filho não é obrigado a compartilhar”, ela compara o comportamento do adulto com o das crianças para explicar sua teoria e explicitar sua discordância.

“Se eu, uma adulta, entrar no parque comendo um sanduíche, eu sou obrigada a compartilhar meu sanduíche com estranhos no parque? Não! Algum adulto bem-educado, um estranho, estenderia a mão para servir-se do meu sanduíche e ficaria irritado caso eu o puxasse para longe? Não.”

Alanya defende que não considera saudável ensinar a uma criança a dividir as coisas com quem ela não deseja. Segundo a mãe, estabelecer esses limites é  fundamental para proteger a criança e estimulá-la a cuidar de si mesma desde cedo.

“O objetivo é ensinar nossos filhos como funcionar quando adultos. Enquanto eu conheço alguns adultos que claramente nunca aprenderam a compartilhar enquanto eram crianças, eu conheço muitos mais que não sabem como dizer não para as pessoas, ou como estabelecer limites, ou como praticar o autocuidado”.

Uma conclusão possível no embate entre incentivar o compartilhar e ensinar a dizer ‘não’ , é encontrar um equilíbrio que garanta a autonomia da criança e ao mesmo tempo conserve a importância de considerar a necessidade do outro. Ou seja, não se trata de estimular o individualismo, ser conivente com o egoísmo e nem de autorizar toda e qualquer situação de troca e compartilhamento, mas sim de perceber como a criança se comporta em cada situação e aí sim agir diante de um possível desconforto.

Clique aqui para ler o depoimento completo.

*Com informações de Hypeness

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