“Meu filho não é obrigado a compartilhar”, desabafa mãe em texto
Um ensinamento recorrente que as crianças recebem dos pais, cuidadores e professores pode ser resumido em um simples verbo: compartilhar. Pode ser um brinquedo, uma comida, o lugar no sofá, o que importa é saber dividir.
No entanto, nem todos pensam assim e, ao contrário, procuram transmitir aos filhos a importância de saber se posicionar diante de suas escolhas. Para muitos, esse posicionamento pode ser encarado como um simples ato de egoísmo.
Individualidade x Individualismo
Para defender este ponto de vista em relação à criação de seu filho Carson, a americana Alanya Kolberg escreveu um depoimento com opiniões veementes sobre o tema, acendendo um debate acalorado sobre os valores que os adultos passam para os pequenos. Até o momento, o relato já tem mais de 214 mil compartilhamentos e mais de 238 mil reações no Facebook.
Intitulado “Meu filho não é obrigado a compartilhar”, ela compara o comportamento do adulto com o das crianças para explicar sua teoria e explicitar sua discordância.
“Se eu, uma adulta, entrar no parque comendo um sanduíche, eu sou obrigada a compartilhar meu sanduíche com estranhos no parque? Não! Algum adulto bem-educado, um estranho, estenderia a mão para servir-se do meu sanduíche e ficaria irritado caso eu o puxasse para longe? Não.”
Alanya defende que não considera saudável ensinar a uma criança a dividir as coisas com quem ela não deseja. Segundo a mãe, estabelecer esses limites é fundamental para proteger a criança e estimulá-la a cuidar de si mesma desde cedo.
“O objetivo é ensinar nossos filhos como funcionar quando adultos. Enquanto eu conheço alguns adultos que claramente nunca aprenderam a compartilhar enquanto eram crianças, eu conheço muitos mais que não sabem como dizer não para as pessoas, ou como estabelecer limites, ou como praticar o autocuidado”.
Uma conclusão possível no embate entre incentivar o compartilhar e ensinar a dizer ‘não’ , é encontrar um equilíbrio que garanta a autonomia da criança e ao mesmo tempo conserve a importância de considerar a necessidade do outro. Ou seja, não se trata de estimular o individualismo, ser conivente com o egoísmo e nem de autorizar toda e qualquer situação de troca e compartilhamento, mas sim de perceber como a criança se comporta em cada situação e aí sim agir diante de um possível desconforto.
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