Michelle Bolsonaro foi vacinada nos EUA
Declaração do presidente soa como desprezo ao sistema de saúde do Brasil
Em entrevista à revista “Veja”, Jair Bolsonaro (sem partido) revelou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vacinou nos Estados Unidos. A declaração do presidente foi publicada nesta sexta-feira, 24.
“Tomar vacina é uma decisão pessoal. Minha mulher, por exemplo, decidiu tomar nos Estados Unidos. Eu não tomei”, disse Bolsonaro.
Por ter 39 anos, Michelle poderia ter sido a vacinada em Brasília. Na capital do Brasil, o imunizante está disponível para a faixa etária da primeira-dama desde o dia 23 de julho.
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O caso repercutiu na CPI da Covid no Senado. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), lamentou a decisão.
“A vacina que é aplicada nos Estados Unidos é a mesma que é aplicada aqui no Brasil. Então, ela poderia aqui ter se vacinado, mostrado aos brasileiros ela se vacinando, para dar um bom exemplo aos brasileiros e aí, sim, veríamos o patriotismo de verdade, não patriotismo da boca pra fora”, disse Aziz.
O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, enfatizou que a decisão desvaloriza o trabalho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e, em última instância, do próprio Ministério da Saúde –subordinado à presidência da República.
“[Primeira-dama] desvaloriza o esforço de milhares de cientistas, de milhares de profissionais de saúde por todo país. Lamentável e triste. Mais uma página triste da história nacional”, afirmou o senador.