Milhares assinam por demarcação de terras indígenas na Funai
Abaixo-assinado criado por professor de filosofia na Change.org tentar reverte medida criadas pelo governo Bolsonaro
Um dos primeiros decretos do presidente Jair Bolsonaro foi transferir para o Ministério da Agricultura a responsabilidade pela demarcação, identificação e delimitação das terras indígenas e quilombolas, tirando essa atribuição da Fundação Nacional do Índio (Funai). Além disso, o órgão saiu do Ministério da Justiça e foi colocado no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
O professor de filosofia Giovane Martins criou um abaixo-assinado na Change.org para tentar reverte tais medidas.“Nos sentimos impotentes diante da Medida Provisória assinada pelo presidente, e vimos o abaixo-assinado como uma maneira de dar um alcance nacional para a pauta, com a possibilidade de, eventualmente, pressionar as autoridades competentes para que tomem uma providência”, contou Giovane à equipe da Change.org.
As medidas de Bolsonaro foram amplamente criticadas por defensores do meio ambiente e até juristas por cessar os processos de demarcação em andamento e por ameaçar revisar terras já demarcadas, o que colocaria a população indígena em risco.
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O abaixo-assinado já alcançou mais de 32 mil assinaturas e continua crescendo. Leia mais em: www.change.org/FUNAI
Giovane faz coro aos especialistas em preservação ambiental ao pontuar que há muitos representantes do agronegócio dentro do Ministério da Agricultura, o que causaria um conflito de interesses. “As riquezas naturais do solo e subsolo há muito tempo chamam a atenção de pessoas que querem se apropriar dessas terras”, diz o professor.
De acordo com uma pesquisa do Datafolha feita no final do último ano, 6 em cada 10 brasileiros são contra a redução das terras indígenas. O crescimento do abaixo-assinado, segundo Giovane, é um reflexo de como a sociedade realmente está sensível para a defesa dos povos indígenas. “O que a democracia nos ensina é que a opinião pública é determinante para que uma política funcione ou não”, declarou o professor, que acredita ser possível uma reformulação da decisão por conta da pressão social.