Ministro diz que vê banalização do termo ‘tentativa de estupro’

“Um homem olhar para uma mulher já é uma tentativa de estupro”, disse o ministro no evento no Itamaraty

O ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) voltou a soltar mais uma de suas frases polêmicas.

Durante um seminário sobre Globalismo, no Itamaraty, na última segunda-feira (10), o ministro disse que vê banalização do termo ‘tentativa de estupro’.

O ministro Ernesto Araújo durante o seminário “Globalismo”, no Itamaraty
Créditos: Raylson Ribeiro/MRE
O ministro Ernesto Araújo durante o seminário “Globalismo”, no Itamaraty

“No ápice, mais ou menos, [do] que nós estamos vivendo, de todos esses movimentos, que em tese partem de movimentos libertários, nós temos cada vez mais um caráter opressivo. Coisas que você não pode falar, coisas que você não pode fazer. Um moralismo inclusive no campo sexual. Hoje, um homem olhar para uma mulher já é uma tentativa de estupro. É um moralismo muito mais pesado do que aquele que se criticava no século 19, na época vitoriana”.

Segundo o jornalista Guilherme Amado, da Época, no discurso de abertura do evento, Ernesto Araújo também criticou a “religião ateia do politicamente correto”, que submeteria a sociedade a um controle “gramscista, comunista”. Assista aqui ao vídeo.

Desde que assumiu o Itamaraty, o ministro Ernesto Araújo vem colecionando opiniões polêmicas.

Em uma delas, o ministro disse que o nazismo foi um fenômeno de esquerda. A afirmação gerou um mal-estar com a Alemanha.

“O nazismo era anticapitalista, antirreligioso, coletivista, contrário à liberdade individual, promovia a censura e o controle do pensamento pela propaganda e lavagem cerebral, era contrário às estruturas tradicionais da sociedade. Tudo isso o caracteriza como um movimento de esquerda”, escreveu Araújo em seu blog. o Metapolítica 17.

O ministro de Bolsonaro recebeu críticas da grande maioria dos historiadores, incluindo os especialistas do Museu Yad Vashem, em Jerusalém, memorial que documenta o extermínio de 6 milhões de judeus pelos nazistas.