Ministro prevê mais 4,2 mil radares em todo o país

Para ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, implantação dos radares leva em conta questões técnicas

13/07/2019 17:45

Ao contrário das declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, um documento encaminhado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, à Câmara dos Deputados, garante a instalação de 4.204 novos pontos de monitoramentos por radares do governo ainda neste ano.

Os contratos dizem respeito a um edital de 2016, publicado na época pelo ex-presidente Michel Temer, que previa a divisão das rodovias em 24 lotes, dos quais 18 foram licitados neste ano.

Ministro defendeu importância dos radares para a redução de acidentes e mortes nas vias federais – Foto: Cesar Ogata/SECOM
Ministro defendeu importância dos radares para a redução de acidentes e mortes nas vias federais – Foto: Cesar Ogata/SECOM

A licitação previa que as empresas contratadas deveriam fazer a instalação dos radares, por um custo de R$ 1 bilhão_ investimento contestado pelo presidente no início deste ano pelo Twitter. “Após revelação do @MInfraestrutura de pedidos prontos de mais de 8.000 novos radares eletrônicos nas rodovias federais do País, determinei de imediato o cancelamento de suas instalações. Sabemos que a grande maioria destes tem o único intuito de retorno financeiro ao Estado”, publicou o presidente em sua conta no Twitter no dia 31 de março. “Demos um golpe na indústria da multa e ainda economizamos.”

A postura de Bolsonaro gerou críticas por parte do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que cobrou explicações junto ao Ministério da Infraestrutura.

Em resposta, o ministro rebateu: “considerando o contingenciamento orçamentário, ficou demonstrada a possibilidade de monitorar, no exercício de 2019, 4.204 pontos. Nesse cenário, haverá priorização dos pontos de maior criticidade”, diz. No caso, também se explica que não há nenhum veto à instalação dos demais aparelhos.

Importância dos radares para evitar mortes

Além disso, o ministro defendeu importância dos radares para a redução de acidentes e mortes nas vias federais, no texto de dez páginas enviado à Câmara.

Por outro lado, ponderou que nem sempre o aparelho é a melhor forma de prevenir acidentes. Em vez de radares, citou como alternativa manutenção da via, adequação do traçado da pista, melhoria da sinalização horizontal e vertical, implementação de passarelas e iluminação.

Ministro diverge sobre “indústria da multa”

Para o ministro, ao contrário do que diz Bolsonaro sobre a existência de uma “indústria das multas”, a implantação dos radares leva em conta questões técnicas. “É importante ressaltar que a definição da localização de radares em rodovias federais é uma questão puramente técnica e tem base na avaliação de segmentos críticos, ou seja, definidos em função dos registros de acidentes e da probabilidade de novas ocorrências”, afirma o documento do ministro.

Com informações do Estadão.