Ministro propõe que médicos formados pelo Fies substituam cubanos

Ministro disse que vai apresentar a proposta à equipe de Bolsonaro na próxima semana

17/11/2018 10:58 / Atualizado em 16/04/2019 11:57

Programa Mais Médicos ajuda a atender regiões do país que não recebem cobertura médica
Programa Mais Médicos ajuda a atender regiões do país que não recebem cobertura médica - Karina Zambrana /ASCOM/MS

Com a saída dos cubanos do programa Mais Médicos, o ministro da Saúde Gilberto Occhi, disse que vai sugerir ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, substituir as vagas abertas por profissionais formados com recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo ele, a proposta será feita à equipe de transição na próxima semana.

O ministro, no entanto, não deu detalhes de como seriam chamados esses profissionais. “Chamar os estudantes formados pelo FIES é uma alternativa que consideramos. Devemos ter uma reunião na próxima semana com a equipe de transição. Essa é uma das propostas que vamos apresentar”, disse Occhi durante um evento em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O Fies destina-se a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem condições de arcar com os custos de sua formação em uma universidade privada.

O ministro já havia comentado nesta semana sobre um edital para médicos que queiram ocupar as vagas que serão deixadas pelos profissionais cubanos. “Será respeitada a convocação prioritária dos candidatos brasileiros formados no Brasil seguida de brasileiros formados no exterior”, dizia a nota encaminhada à imprensa.

Saída dos Cubanos

O anúncio sobre a saída dos cubanos do Brasil foi feito na última quarta-feira, 14, depois de 5 anos servindo em regiões do país que não recebiam cobertura médica. Em nota, o governo cubano justificou a decisão, acusando o presidente eleito Jair Bolsonaro de fazer “declarações ameaçadoras e depreciativas”. E pontuou: “O Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do Programa Mais Médicos e assim comunicou a diretora da Organização Panamericana de Saúde e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam a iniciativa”.

O Mais médicos foi criado em 2013 pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Ao todo, 8,5 mil médicos cubanos faziam parte dos 16 mil participantes do programa social.