Modelo denuncia transfobia e é agredida ao vivo pelo chefe
“Estava há dias aguentando me chamar de traveco”, contou a modelo pouco antes de a transmissão ser invadida
Jeniffer de Oliveira Pereira, 25 anos, foi agredida pelo chefe, Hélio Job Neto, enquanto fazia uma live para denunciar transfobia na loja da Fendior em que trabalhava. A modelo afirmou que estava sendo chamada de “traveco”.
Na postagem, ela afirma que o empresário “levanta a bandeira” para atrair o público LGBT, mas não respeita.
https://www.instagram.com/tv/CRe9iZwHfof/
- ATENÇÃO: Governo aprova novo benefício para mulheres
- Senado aprova auxílio-aluguel para vítimas de violência doméstica
- Carnaval: importunação sexual é crime; saiba como denunciar
- Vereadora que denunciou saudação nazista em SC é cassada
No vídeo, ele nega as acusações de transfobia e depois parte para agredir a modelo.
“Vou para a delegacia fazer boletim de ocorrência. Fui agredida dentro da loja que eu trabalho por essa pessoa que é dona desta loja”, relata Jeniffer na live.
Transfobia é crime!
Apesar de transfobia e homofobia não serem a mesma coisa – um diz respeito à violência contra a identidade de gênero e o outro à orientação sexual – a criminalização da homofobia pelo STF, em junho de 2019, se estende a toda comunidade LGBT e também equipara atos transfóbicos ao crime de racismo. Nesta matéria aqui, explicamos como denunciar esse tipo de crime.
Mulheres trans e Lei Maria da Penha
Outra lei que protege as mulheres trans, em especial, da transfobia é a Lei Maria da Penha. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em maio de 2019, um projeto que inclui mulheres transgêneras e travestis na Lei de proteção à mulher.
A proposta altera um artigo da lei que diz “toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião” não pode sofrer violência, incluindo o termo “identidade de gênero”. A proposta está parada na Câmara e especialistas preveem que caráter mais conservador dos Deputados será um obstáculo.
Entretanto, há casos de transfobia julgados como violência doméstica. Em maio de 2018, uma decisão inédita da Justiça do Distrito Federal indicou que os casos de violência contra mulheres trans podem ser julgados na Vara de Violência Doméstica e Familiar e elas devem ser abarcadas em medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.
A linguagem é simbólica
Não pense que tudo isso que listamos aqui é frescura! Nada disso, a linguagem é simbólica e respeitar essas diferenças é um grande passo para neutralizarmos a transfobia no Brasil.
É legal ressaltar também que não é crime você não saber algo – crime é atacar de forma preconceituosa a comunidade trans.
Tente se lembrar dos termos e do uso dos artigos corretos quando for conversar com uma pessoa transgênero, que tudo ficará bem!
Caso tenha dúvidas, pergunte a pessoa com quem está conversando ou se referindo como ela prefere ser chamada.