Modelo negra é morta a facadas em Blumenau (SC)
Daiana foi assassinada quando chegava para trabalhar em um salão de beleza
Uma modelo fotográfica negra foi assassinada a facadas na manhã desta quinta-feira, 26, quando chegava para trabalhar em um salão de beleza em Blumenau (SC).
Daiana dos Santos da Silva, 27 anos, foi atingida na região do pescoço e do tórax. A jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. As informações são do G1.
O autor do feminicídio, segundo a polícia, é um ex-namorado da modelo, que foi preso ao tentar fugir.
O ataque ocorreu quando Daiana estacionava sua moto no salão que fica na região central da cidade do Vale do Itajaí.
Além de modelo fotográfico, Daiana era cabeleireira especialista em cabelos cacheados e crespos. A jovem publicava vídeos nas redes sociais em que valorizava a identidade da estética negra enquanto um ato político.
Esse é o terceiro caso de feminicídio registrado em Santa Catarina em uma semana. No último domingo, 22, Lurdes Maria Tasca, 49 anos, foi assassinada pelo companheiro em Joinville, também no Vale do Itajaí.
Na segunda-feira 23, uma mulher de 37 anos foi morta com um tiro na cabeça na frente dos filhos por um ex-companheiro em Araquari.
Entenda o que é feminicídio
Por dia, três mulheres são assassinadas, vítimas do feminicídio, no Brasil. A cada dois segundos, uma mulher é agredida no país. Quase 80% dos casos, os agressores são o atual ou o ex-companheiro, que não se conformam com o fim do relacionamento.
O feminicídio é o homicídio praticado contra a mulher em decorrência do fato de ela ser mulher ou em decorrência de violência doméstica. Quando o assassinato de uma mulher é decorrente, por exemplo, de latrocínio (roubo seguido de morte) ou de uma briga entre desconhecidos ou é praticado por outra mulher, não há a configuração de feminicídio.
Para ser considerado feminicídio, o crime tem que se encaixar em dois tipos de casos:
Violência doméstica ou familiar
Quando o crime resulta ou é praticado juntamente à violência doméstica, o homicida é um familiar da vítima ou já manteve algum tipo de laço afetivo com ela.
Esse tipo de feminicídio é o mais comum no Brasil, ao contrário de outros países da América Latina, em que a violência contra a mulher é praticada por desconhecidos, geralmente com a presença de violência sexual.
Além dos altos índices de homicídio de mulheres, existem ainda muitos casos de estupro e lesão corporal gerada por violência doméstica.
Menosprezo ou discriminação contra a condição da mulher
Quando o crime resulta da discriminação de gênero, manifestada pela misoginia e pela objetificação da mulher, geralmente com a presença de violência sexual.
Meta a colher, sim!
Os casos de violência doméstica denunciados podem frear os números de casos de feminicídio no Brasil. É ou conhece alguém que sofre qualquer tipo de violência? Saiba onde e como denunciar neste link.
Campanha #ElaNãoPediu
Nenhuma mulher “pede” para apanhar. A culpa nunca é da vítima. A campanha #ElaNãoPediu, da Catraca Livre, tem como objetivo fortalecer o enfrentamento da violência doméstica no Brasil, por meio de conteúdos e também ao facilitar o acesso à rede de apoio existente, potencializando iniciativas reconhecidas. Conheça a nossa plataforma exclusiva.