Mostra traz obras colombianas de duas décadas
A partir desta quarta-feira, 20, o Sesi recebe a mostra “Arte Colombiana – 1948 a 1965”, com um acervo de quase 150 peças, entre pinturas, esculturas, gravuras, revistas culturais e filmes de época.
A exposição apresenta um percurso de diversas propostas artísticas, desenvolvidas e divulgadas na Colômbia durante um período marcado por mudanças e diálogos entre artistas. Quem conferir vai encontrar obras de Fernando Brotero, Alejandro Obregón e Edgar Negret. As obras destes artistas raramente foram vistas fora da Colômbia.
Com curadoria dos pesquisadores Julián Serna, Nicolás Gómez e Felipe González, o trabalho se divide em cinco eixos temáticos. No primeiro, “Geográfico”, estão expostos elementos que mostram a paisagem natural do país, bem como espaços urbanos dele.
- Di Cavalcanti ganha exposição individual e gratuita no Sesc
- Histórias (não) contadas une periferia, refugiados e fake news
- Copa das Artes: arquitetura colombiana, cinema japonês, reggae marfinense e poesia grega se misturam no Grupo C
- Videoarte Ibero-America é destaque em mostra gratuita no Cinusp
No segundo, “Objectual”, estão expostos objetos sobre a vida cotidiana do local. No terceiro, “Antropológico”, mostra o olhar dos artistas sobre costumes e comportamentos. O quarto, “Político”, aborda um panorama político da história colombiana. E, por fim, “Místico”, mostra o interesse dos artistas e expressões simbólicas, sobretudo, vindas de práticas religiosas.
O contexto histórico
Em 1948 houve o assassinato, no centro de Bogotá, do líder popular liberal Jorge Eliécer Gaitán. A morte dele intensificou confrontos entre os simpatizantes dos partidos políticos tradicionais — o liberal e o conservador.
O fato resultou na paralisação do apoio oficial à arte e, durante nove anos, o patrocínio do estado às artes limitou-se a três Salões Nacionais. Em reação, os artistas articularam por conta própria mostras que permitiram dinamizar encontros entre as diferentes abordagens da produção plástica.
Durante este período, muitos desses artistas despontaram e receberam bolsas de estudo na Europa e nos Estados Unidos, onde entraram em contato com alguns modelos de arte da vanguarda internacional que logo incorporaram à sua produção.