Motorista diz que tentou salvar avó, neta e taxista mortos no Rio
'Estou de coração partido', conta Lindenberg Martins
Na noite da última segunda, 8, quando o pior temporal dos últimos 22 anos destruía o Rio de Janeiro, o motorista de aplicativo Lindenberg Martins tomou uma decisão rápida, e heroica, que pode ter impedido uma tragédia ainda maior: ao se dar conta de que o trânsito em que estava parado era provocado por um deslizamento de terra em Botafogo, na zona sul, saiu avisando os demais motoristas e pedindo que deixassem seus carros.
Um dos veículos foi o do taxista Marcelo Tavares Marcelinho, que levava Lúcia Xavier Sarmento Neves, e a neta dela, Júlia Neves, que, infelizmente, não conseguiram sobreviver aos escombros.
“Eu tive o intuito de voltar para trás, de carro em carro, para ir pedindo pela janela para as pessoas saírem dos carros e, nesse momento, foi muito difícil, porque as pessoas, até entenderem o que tinha acontecido, demoravam a sair”, contou Lindenberg ao “Bom Dia RJ”, da TV Globo.
O motorista diz ter batido na janela de Lúcia e ter conversado com ela, que agradeceu e, na sequência, foi falar com o taxista. Foi a última pessoa a ter falado com eles.
Depois, antes de ir embora, Lindenberg chegou a conferir se todos os carros estavam vazios, mas não se deu conta de que os três que estavam no táxi não tinham conseguido escapar. Quando soube das mortes, na manhã seguinte, decidiu avisar a polícia o que tinha vivenciado.
“Estou com o coração partido, não sei o que explicar…”, afirmou, chorando.