Motorista recebeu repasses de 7 assessores de Flávio Bolsonaro
Coaf identificou uma movimentação considerada atípica de R$ 1,2 milhão em conta bancária no nome de Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro
Um levantamento feito pela revista VEJA aponta que sete servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que passaram pelo gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) fizeram transferências bancárias para o ex-motorista Fabrício José Carlos de Queiroz. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou uma movimentação considerada suspeita de R$ 1,2 milhão nessa conta.
De acordo com o relatório, esses servidores transferiram um total de 116.556 reais para a conta de Queiroz entre os dias 1º de janeiro de 2016 a 31 de janeiro de 2017.
Ainda segundo o levantamento, os nomes citados no relatório são os da filha de Queiroz, Nathalia Melo de Queiroz – que era assessora do então deputado e agora presidente Jair Bolsonaro -, o de sua mulher, Márcia Oliveira Aguiar, e dos servidores Agostinho Moraes da Silva, Jorge Luís de Souza, Luiza Souza Paes, Raimunda Veras Magalhães e Wellington Servulo Rômulo da Silva.
- Descubra como aumentar o colesterol bom e proteger seu coração
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
O maior depósito identificado pelo Coaf, de 94.812 reais, foi feito pelo próprio Fabrício Queiroz em sua conta.
O filho do presidente eleito, o senador eleito Flávio Bolsonaro, se manifestou em suas redes sociais sobre o caso. “Continuo com minha consciência tranquila, pois nada fiz de errado. Não sou investigado. Agora, cabe ao meu ex-assessor prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários ao Ministério Público”, escreveu.
As transferências para a conta em nome de Queiroz são suspeitas, segundo o Coaf, pois -além de não terem ligação com atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica – a movimentação é “incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente”.
Além disso, o Coaf não enxerga razão financeira para haver depósitos frequentes em conta bancária de uma pessoa sem vínculo profissional com quem depositou o dinheiro. Entre as movimentações, houve também a emissão de um cheque de R$ 24 mil para a conta de Michelle Bolsonaro, mulher de Jair Bolsonaro.
O presidente eleito, por sua vez, justificou a movimentação como o pagamento de um empréstimo que teria feito a Queiroz. Porém, Bolsonaro não declarou a quantia no imposto de renda.
Ao ser questionado pela imprensa sobre o porquê de os valores não terem sido declarados em seu Imposto de Renda, o presidente eleito disse que os empréstimos foram se “avolumando” ao longo dos anos, não tendo sido feitos de uma só vez, e afirmou: “Se eu errei, eu arco com a minha responsabilidade perante o Fisco. Sem problema nenhum”.