Mourão: Constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo

Vice de Bolsonaro, o general fez a declaração durante agenda de campanha em Curitiba

14/09/2018 11:40 / Atualizado em 05/05/2020 11:52

Hamilton Mourão é vice na chapa com Bolsonaro
Hamilton Mourão é vice na chapa com Bolsonaro - divulgação

O candidato à vice-presidente de Jair Bolsonaro (PSL), General Mourão (PRTB), defendeu nesta quinta-feira, 12, durante agenda de campanha em Curitiba, uma nova Constituição para o Brasil, mas disse que ela deve ser elaborada por “notáveis” escolhidos pelo presidente e aprovada em plebiscito pela população, sem a eleição de uma Assembleia Constituinte.

Segundo Mourão, a elaboração da última Constituição do país, de 1988, que completa 30 anos no dia 5 de outubro, “foi um erro” e declarou que a nova Carta deveria ser criada por “grandes juristas e constitucionalistas”.

Uma Constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo. Já tivemos vários tipos de Constituição que vigoraram sem ter passado pelo Congresso eleitos”, afirmou o general. Ele ainda reiterou que esse tipo de documento, sem participação de eleitos, já esteve em vigor em períodos democráticos e não apenas durante a ditadura.

O candidato a vice explicou que defende essa opinião pessoalmente e que não representaria as ideias de Bolsonaro. “Teria que partir para a reforma de todas as reformas. Teríamos que ter uma nova Constituição, mas, no momento, julgo que isso é uma coisa muito difícil de a gente conseguir. Então, a regra é clara: partir do mais fácil para o mais difícil”, acrescentou.

A “nova” Constituição, de acordo com o general, deveria ser mais “enxuta” e conter apenas princípios e valores gerais para governar o país. “Nossa constituição é extensa de mais, devia ser só princípios e valores. O resto, horário de trabalho dos bancários, se os juros devem ser tabelado, isso é por lei ordinária.”

Ao comentar a campanha presidencial, Mourão descartou a mudança do nome na cabeça de chapa do PSL após a facada sofrida por Bolsonaro, que está internado em São Paulo. “É ele quem as pessoas vão eleger. Ninguém vai me eleger, eu sou o apêndice”, completou.

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