Mourão volta a criticar 13º salário: ‘Todos saímos prejudicados’

"O 13º eu simplesmente disse que tem que ter planejamento, entendimento de que é um custo", disse o vice de Bolsonaro

Eleitores do candidato Jair Bolsonaro (PSL) erguem boneco de Mourão em São Paulo
Créditos: Futura Press/Folhapress
Eleitores do candidato Jair Bolsonaro (PSL) erguem boneco de Mourão em São Paulo

Após polêmica na última semana, o general Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), voltou a fazer críticas ao 13º salário nesta terça-feira, 2.

“O 13º eu simplesmente disse que tem que ter planejamento, entendimento de que é um custo. Na realidade, se você for olhar, seu empregador te paga 1/12 a menos [por mês]. No final do ano, ele te devolve esse salário. E o governo, o que faz? Aumenta o imposto para pagar o meu. No final das contas, todos saímos prejudicados”, afirmou Mourão no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Na semana passada, o general foi duramente criticado ao chamar o 13º de “jabuticaba brasileira”. “Temos algumas jabuticabas que a gente sabe que é uma mochila nas costas de todo empresário. Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Se a gente arrecada 12 (meses), como é que nós pagamos 14? É complicado, e é o único lugar em que a pessoa entra em férias e ganha mais, é aqui no Brasil.”

Depois da repercussão da fala de seu vice, Bolsonaro saiu em defesa dos direitos trabalhistas. “O 13° salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa à quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”‬, escreveu no Facebook.

Em seu discurso nesta terça, 2, Mourão ainda destacou que o 13º é um dos gastos que o Brasil precisa diminuir para ter competitividade internacionalmente.

“Se você recebesse seu salário condignamente, você economizaria e teria mais no final do ano. Essa é minha visão. Não pode acabar [o 13º]. O que eu mostrei é que tem que haver planejamento. Você vê empresa que fecha porque não tem como pagar. O governo tem que aumentar imposto, e agora já chegou no limite e não pode aumentar mais nem emitir títulos. Uma situação complicada”, disse.

“Tem governos estaduais que pagam atrasado. Não pode mudar [o 13º salário], está enraizado. Só se houvesse um amplo acordo nacional para aumentar os salários. Os salários são muito baixos, né? Você olha a nossa faixa salarial e ela é muito ruim”, finalizou o general.

Em relação à “bronca” que recebeu de Bolsonaro, ele explicou que é a “maneira dele de se expressar” e ainda utilizou uma expressão em inglês para dizer que não vê problemas: “I can live with that” (“posso viver com isso”).

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