MP abre inquérito por suspeita de enriquecimento ilícito de ministro
O Ministério Público de São Paulo investiga enriquecimento ilícito do ministro do Meio Ambiente
O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles está sendo investigado por suspeita de enriquecimento ilícito pelo Ministério Público de São Paulo. O fundamento da denúncia está no aumento patrimonial de Salles, evolução que foi declarada à Justiça Eleitoral. A Promotoria, entretanto, pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal do ministro por duas vezes, sem sucesso.
Quando foi candidato a vereador pelo PSDB, em 2012, o atual ministro declarou possuir R$ 1,4 milhão em bens. Ao tentar uma vaga na Câmara na última eleição, desta vez pelo Novo, o patrimônio era de R$ 8,8 milhões. Entre 2012 e 2017, a alta foi de 335%, corrigindo o valor pela inflação.
A assessoria do Ministério do Meio Ambiente declarou, em nota, ao jornal “O Estado de S. Paulo” que o “patrimônio e os rendimentos do ministro foram sempre declarados adequadamente à Receita Federal” e que “a própria representação não traz nada diferente do que nelas constam.”
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) já havia informado sobre a “existência de movimentações comunicadas compulsoriamente” relacionadas ao CPF de Salles.
Condenado por improbidade administrativa
No fim de janeiro deste ano, por unanimidade, o Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo rejeitou o arquivamento e determinou a retomada do inquérito civil que cita o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, já condenado por improbidade administrativa em primeira instância.
O promotor Silvio Marques, que investiga atos de improbidade na Promotoria do Patrimônio, realizou o arquivamento por já ter obtido a condenação do ministro. A cúpula do MP rechaçou a decisão do promotor.
O caso tem origem em 2017, quando Salles era secretário do Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). A acusação diz respeito a irregularidades em uma área de preservação ambiental que abrange 12 cidades da Grande São Paulo.
Endireita Brasil
O advogado Ricardo de Aquino Salles é natural de São Paulo. Ele disputou, sem sucesso, uma vaga para deputado federal por São Paulo pelo Partido Novo. Salles faz parte do Movimento Endireita Brasil, que defende uma nova direita no cenário político brasileiro.
O ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo é investigado por supostamente ter favorecido empresas de mineração, adulterando mapas de zoneamento do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Tietê.
Salles também é investigado pelo Ministério Público Estadual por intermediar processos administrativos e outras atividades supostamente ilícitas na Junta Comercial de São Paulo.
Em muitos lugares, ele era apresentado como se tivesse mestrado da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mas o diploma não existia.