Mulher assediada pelo chefe pede socorro em guardanapo

Pedido de ajuda foi enviado por delivery a clientes da lanchonete onde a jovem trabalha

31/05/2021 10:20

Uma jovem de 19 anos que trabalha em uma lanchonete em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, usou um guardanapo para pedir socorro. O bilhete com o pedido foi enviado por delivery junto com um lanche para a casa de um casal de clientes. Ela contou que estava sendo assediada pelo chefe e que ele estava tentando drogá-la.

“Por favor, chame a polícia nesse endereço. Meu chefe está me assediando e está tentando me drogar. Sou cozinheira. Por favor, não é brincadeira”, dizia o bilhete.

Ao encontrarem o guardanapo com o pedido de socorro no pacote do lanche, os clientes procuraram ajuda em guarnição da Guarda Municipal.

Mulher assediada pelo chefe pede socorro em guardanapo
Mulher assediada pelo chefe pede socorro em guardanapo - reprodução/Facebook/Guarda Municipal de Chapecó - GMC

Uma viatura da GCM foi até o local, onde foram localizados o proprietário do estabelecimento e a vítima. De acordo com os guardas, a jovem relatou que seu chefe havia oferecido cocaína e R$ 150,00 para que ela tivesse relações ele.

Ela também disse que ele a agarrou, tentando levá-la para o quarto, mas que conseguiu se desvencilhar.

“Mais tarde, conforme relatou a vítima, ele novamente ofereceu cocaína, como recusou, ofereceu então um copo de vinho com coca-cola, sendo que conforme relatou a vítima, o rapaz havia colocado um produto branco dentro do copo. Diante de toda essa situação a vítima resolveu escrever um bilhete pedindo socorro e colocou dentro do pacote de um pedido que seria entregue a cliente”, disse a GCM.

Em buscas no local, os guardas localizaram, em um quarto, substância semelhante a cocaína.

A vítima e o proprietário da lanchonete foram conduzidos até uma delegacia para registro do boletim de ocorrência. Um inquérito será instaurado para apurar os fatos.

Como agir em caso de assédio sexual

O que fazer caso eu presencie um assédio?

Apoie a vítima e a auxilie a realizar a denúncia junto aos canais oficiais;
Ofereça-se como testemunha, caso você tenha testemunhado os fatos. Lembre-se: a omissão também ajuda a perpetuar a violência, pois cria uma ideia de que há uma tolerância generalizada a elas;

Como denunciar?

Qualquer assédio contra a mulher pode ser denunciada pelo número 180. A denúncia pode ser feita de forma anônima e é importante fornecer a maior quantidade de informações possíveis para que haja material suficiente para uma investigação e possível responsabilização do agressor. O fato da denúncia ter sido feita pelo 180 não impede que a vítima vá até uma delegacia fazer um boletim de ocorrência também;
Caso esteja diante de uma conduta ocorrendo naquele momento, faça registros (fotografe/filme) e ligue para a autoridade policial. Isso pode permitir que a conduta seja pega em flagrante facilitando a denúncia para as autoridades;

Se a pessoa estiver em situação de vulnerabilidade, como, por exemplo, em razão de embriaguez, ela pode não ter consciência do que está acontecendo, ofereça ajuda garantindo a segurança da mesma, pois, infelizmente, muitos casos de assédio e até de estupro ocorrem nessas circunstâncias, o que são elementos levados em conta no processo pois podem aumentar a pena do agressor. Em casos assim, ela não tem condições de consentir ou não. Regra de ouro: a pessoa só pode ter consentido se ela tiver condições para isso e sexo sem consentimento é estupro;
Em casos de violência contra criança e adolescentes a denúncia pode ser feita no conselho tutelar, no Ministério Público e/ou na Delegacia da Infância e da Juventude (se não houver delegacia especializada, busque uma delegacia normal).