Mulher é agredida após ‘dar fora’ em folião durante o Carnaval

No meio da folia, nem tudo é alegria. Na noite de sexta-feira, 5 de fevereiro, Ludmylla de Souza Valverde foi agredida com um copo por “dar um fora” em homem que assediou a ela e sua irmã durante o circuito Dodô (Barra-Ondina), no Carnaval de Salvador.

Ludmylla, nutricionista de 27 anos, foi agredida após defender sua irmã de assédio
Ludmylla, nutricionista de 27 anos, foi agredida após defender sua irmã de assédio

Ludmylla, 27 anos, nutricionista, estava com a irmã, Thaianna de Souza Valverde, na pipoca – local onde ficam os foliões sem abadás – de Daniela Mercury. As irmãs, de Irará, cidade localizada cerca de 130 km de Salvador, afirmaram que resolveram esperar o trio de Luiz Caldas, pois o de Daniela estava muito cheio. Neste meio tempo, passou o bloco “Eu Vou”, comandado pela banda Aviões do Forró.

De acordo Lydmylla, dois homens que estavam neste bloco passaram debaixo da corda e foram em direção a elas. “A minha irmã estava passando batom e um deles tomou o batom dela e depois passou a mão na cintura dela e na boca”, disse. Numa tentativa de defendê-la, pediu que os foliões se afastassem, mas foi empurrada. Ao empurrá-lo de volta, Ludmylla foi acertada no rosto por um copo de acrílico, jogado por um dos rapazes, e que abriu um corte em sua testa.

Ludmylla, nutricionista de 27 anos, foi agredida após defender sua irmã de assédio
Ludmylla, nutricionista de 27 anos, foi agredida após defender sua irmã de assédio

A nutricionista foi socorrida e atendida no posto médico montado no circuito. Levou oito pontos no corte e os dois olhos ficaram inchados e roxos. Já sua irmã, Thaiane, não ficou ferida. Ludmylla prestou queixa no mesmo dia na 14ª Delegacia Territorial e fez exame de corpo de delito no sábado, 6. Até o momento, a Polícia Civil não tem informações sobre o autor da agressão, que poderá responder por assédio e lesão corporal.

Todos por um #CarnavalSemAssédio

Catraca Livre lançou a campanha #CarnavalSemAssédio, que tem como objetivo lutar contra a violência e o machismo. A ação é idealizada em parceria com a revista AzMina, os movimentos #AgoraÉQueSãoElas e Vamos Juntas?, o Bloco Mulheres Rodadas, a advogada de direitos humanos Andrea Florence e a arquiteta e urbanista Marília Ferrari.

Você já viveu algum caso de abuso sexual durante a folia? Compartilhe a sua história nas redes sociais com a hashtag #CarnavalSemAssédio e ajude a quebrar o silêncio.