Mulher escreve bilhete e salva passageira que sofria assédio em ônibus
"Moça, mexe na sua orelha direita se esse cara ao seu lado estiver te incomodando", escreveu a jovem na mensagem
Uma atitude de sororidade — a união e aliança entre as mulheres — viralizou nas redes sociais nos últimos dias. Uma jovem viu uma passageira sofrendo assédio sexual dentro de um ônibus no Rio de Janeiro e decidiu agir para salvá-la.
Ao desconfiar do caso de assédio, a mulher escreveu um bilhete e entregou à vítima, Thaíza Paula. A mensagem, registrada num pedaço de caderno, dizia: “Moça, mexe na sua orelha direita se esse cara ao seu lado estiver te incomodando. Meu nome é Camila e você pode fingir que me conhece”.
Thaíza publicou uma foto do bilhete em uma rede social e relatou que o homem sentado ao seu lado não parava de olhar em sua direção, o que a deixou incomodada. “A vontade de levantar e sair de perto era grande. Mas o medo do próprio tentar fazer alguma coisa pra impedir era maior ainda”, escreveu.
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VEJA COMO AGIR CASO VOCÊ SEJA VÍTIMA DE ASSÉDIO
“Foi quando uma passageira, sentada atrás de mim, aparentando ter mais ou menos a minha idade, me cutucou e me deu esse bilhete! Resumindo: Fingimos que nos conhecíamos de algum lugar, e logo em seguida fui para o banco de trás e sentei ao lado dela, começamos a conversar e trocamos WhatsApp”, contou a vítima.
Segundo a jovem, em seguida, o homem acabou descendo do ônibus. Thaíza declarou que será eternamente grata pela ajuda de Camila. Ela também postou um print da resposta que recebeu após o agradecimento.
“Também não esquecerei de hoje (13/6) e estou muito contente que tenha dado tudo certo! Espero que você e nem ninguém passe por esta situação ou algo parecido. Estamos juntas. Um grande abraço”, respondeu a outra passageira.
Assédio em meios de transporte
Uma pesquisa realizada pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, em parceria com o aplicativo Uber, apontou que 97% das mulheres já foram vítimas de algum tipo de assédio sexual em meios de transporte no geral, incluindo aplicativos e táxis.
Segundo o levantamento, 41% das participantes receberam olhares insistentes de homens em ônibus e metrôs, enquanto 11% sofreram o mesmo tipo de assédio em táxis e 10%, em transportes por aplicativos. Além disso, 35% já foram “encoxadas” dentro do transporte público e 33% receberam cantadas indesejadas.
Os dados mostram que 22% das entrevistadas disseram que homens passaram a mão em seus corpos nos transportes públicos. O mesmo ocorreu com 3% das mulheres em táxis e 2% em aplicativos de transporte.